Por maurodryan
O jornalista Emilio Gutiérrez Soto, que cruzou a fronteira com os Estados Unidos há mais de dois anos após receber ameaças de morte no Norte do México, foi informado de que deverá esperar mais 15 meses por uma resposta para seu pedido de asilo, informou a Associated Press no dia 4 de fevereiro.
A audiência, inicialmente marcada para a sexta-feira passada, foi adiada depois que Carlos Spector, advogado de Gutiérrez, foi chamado a testenhumar em um caso federal sem relação com o de seu cliente, acrescentou a Associated Press. A nova audiência foi agendada para 9 de maio de 2012. O escritório de Spector sugeriu que a escolha da data teria relação com uma esperança do governo americano de que a violência ligada ao narcotráfico diminua até lá.
“É um jogo que os dois países estão jogando”, disse Gutiérrez ao Texas Tribune. “Não vim para cá apenas para sair do México e conseguir os papéis de imigração, como algumas pessoas dizem. Vim porque temia por minha vida”.
A primeira audiência de Gutiérrez aconteceu em 21 de janeiro, em El Paso, no Texas. Em entrevista ao Centro Knight, Gutiérrez disse que o juiz do caso não considerou muitas das provas apresentadas por sua defesa.
Gutiérrez trabalhou como repórter no El Diario del Noroeste durante oito anos em Ascensión, Chihuahua. Ele denunciou ter recebido ameaças após publicar várias matérias em que descrevia as táticas brutais do governo e do Exército mexicanos em sua ofensiva contra o narcotráfico.
Gutiérrez, que deixou o México com seu filho de 15 anos em junho de 2008, poderá viver e trabalhar nos Estados Unidos até que seu caso seja resolvido.