Por Maira Magro
Um juiz de Buenos Aires proibiu manifestantes de bloquearem o acesso à gráfica AGR, do grupo Clarín, e determinou ao Ministério de Segurança que tome as medidas necessárias para garantir a circulação de publicações impressas no local, informaram os jornais Clarín e La Nación.
No dia 13 de dezembro, seis manifestantes colocaram cadeados nos portões da AGR, impedindo, por sete dias, a entrada e saída de caminhões. O protesto bloqueou a distribuição da revista Viva, que circula todos os domingos com o Clarín, e Rumbos, que integra a edição dominical de 19 jornais no interior.
Segundo a agência estatal de notícias Télam, os manifestantes integram um grupo de 119 funcionários gráficos demitidos em 2004 pela AGR. Embora a Justiça tenha determinado a reintegração dos trabalhadores, sindicalistas acusam o grupo Clarín de desrespeitar a decisão judicial. Além de fechar os portões da gráfica, manifestantes iniciaram uma greve de fome, relata a agência. O Clarín diz que o protesto é impulsionado, com fins políticos, pela Federação Gráfica da Província de Buenos Aires e apoiado pelo líder sindicalista Hogo Moyano, aliado da presidente Cristina Kirchner.
Ao analisar o pedido do Clarín contra o bloqueio à gráfica, o juiz afirmou que o direito dos cidadãos de se manifestarem não pode colocar em risco outros direitos, como o da liberdade de expressão – que, segundo ele, se aplica ao caso já que a gráfica abastece empresas de comunicação. No dia 14 de dezembro, em outra manifestação, caminhoneiros atrasaram a distribuição dos diários Clarín e La Nación.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.