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Juan Guaidó, líder da oposição na Venezuela, anunciou no Twitter que iniciará o "processo de resgate" do canal estatal da Telesur - que também cobre notícias da América Latina - "para colocá-lo a serviço da verdade, pluralidade, democracia venezuelana e regional.”
Guaidó foi eleito presidente da Assembleia Nacional em 5 de janeiro de 2019, quando era deputado. Logo, e com a atual crise política, econômica e social do país, Guaidó se declarou presidente da Venezuela em 23 de janeiro daquele ano. No início de 2020, a oposição o ratificou como líder da Assembleia Nacional e mais de 50 países do mundo passaram a reconhecê-lo como o presidente encarregado da Venezuela, apesar de Nicolás Maduro ainda estar no cargo.
Para a reestruturação da Telesur, Guaidó decidiu criar uma Comissão Presidencial que será integrada por uma equipe de profissionais independentes que definirá nos próximos dias, publicou o site venezuelano Efecto Cocuyo.
Em 15 de janeiro, a maioria da oposição do Parlamento apoiou a criação de uma comissão para reorganizar a Telesur, segundo publicado pela EFE.
O jornalista Leopoldo Castillo foi nomeado presidente da comissão, mas não respondeu ao anúncio, de acordo com a agência. A jornalista Larissa Patiño foi nomeada como coordenadora geral e assumiu a responsabilidade pelo Twitter, afirma a matéria.
A Telesur foi criada em 2005 pelos então presidentes da Venezuela e Cuba, Hugo Chávez e Fidel Castro, respectivamente, com o apoio inicial e progressivo de outros países da região, como Equador, Argentina, Uruguai, Cuba, Nicarágua e Bolívia. O canal a cabo venezuelano ainda possui filiais na maioria desses países, exceto na Argentina.
Em 2016, a Argentina anunciou seus planos de se desconectar financeiramente da Telesur e a retirada de seu sinal de televisão pública no país.
"Desde a sua criação, a Telesur tem sido usada para promover a desestabilização da região, apoiar grupos terroristas, atacar a democracia, mentir sobre a Venezuela e defender a ditadura de Maduro", disse Guaidó via Twitter.
Em resposta, a presidente da Telesur, Patricia Villegas, afirmou em 14 de janeiro que o canal estatal é uma alternativa às grandes redes de notícias hegemônicas e que aprimora a identidade, a cultura e os sentimentos dos povos da América Latina e do Caribe.
“Eles desejam expropriar seu sinal e interromper uma plataforma de comunicação que serviu para a reunião dos povos”, disse Villegas. Por meio da declaração, Villegas também invocou a ajuda de governos, instituições, sindicatos jornalísticos e "povos" da região para defender a plataforma de informação e o direito à informação.
O atual presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, mostrou seu apoio à Telesur no Twitter. "Rejeitamos fortemente as ameaças contra a voz e a imagem dos povos que lutam e resistem ao ataque imperial", disse o presidente cubano na rede social.
*Esta nota foi atualizada para incluir a notícia sobre o Parlamento da Venezuela