Por Ingrid Bachmann
Organizações jornalísticas, políticos de oposição e líderes judeus na Argentina exigiram que o ministro de Economia, Amado Boudou, retrate suas declarações comparando dois jornalistas a empregados do nazismo, informou o jornal La Razón. O ministro terminou reconhecendo que usou termos inapropriados, informou a agência Télam.
Boudou estava na sexta-feira em Washington para uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) quando confrontou jornalistas do La Nación e do Clarín, jornais que mantêm uma conflituosa relação com o governo, explica a EFE. “Vocês são iguais aos que ajudavam a limpar as câmaras de gás no nazismo", disse o ministro aos repórteres, chamando-os de "viciados no FBI" que deveriam deixar de ser "cúmplices" dos jornais para os quais trabalham, acrescenta a Perfil.
O Foro de Periodismo Argentino (FOPEA) qualificou as declarações do ministro como “um ataque inadmissível” aos jornalistas e considerou que suas palavras "banalizam uma das maiores atrocidades do século XX".
Segundo o Ámbito, em um encontro na terça-feira, 12 de outubro, com autoridades da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA), Boudou admitiu que usou “metáforas inapropriadas” vinculadas ao Holocausto, que não deveriam ter sido usadas para se referir à conjuntura política da Argentina. Mas o ministro afirmou que "os jornais Clarín e La Nación estavam divulgando informações falsas” durante a reunião do FMI em Washington, afirma a Télam.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.