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Na Venezuela, CNP denuncia pressão contra veículos e jornalistas críticos ao governo

Por Isabela Fraga

O Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, na sigla em espanhol) afirmou que meios de comunicação de todo a Venezuela têm sido pressionados pelo Estado para acabar com programas críticos ao governo, aposentar os jornalistas que os conduzem e adequar o tom de sua linha editorial, afirmou o jornal El Nacional.

Em nota publicada em seu site na quinta-feira, 8 de novembro, o CNP Venezuela lembrou o caso do jornalista e deputado da Assembleia Nacional Omar González, apresentador de um programa de notícias e opinião da rádio Actualidad, que foi "informado" de sua demissão pelos diretores do Circuito Unión Radio por "pressões da alta cúpula do governo". Segundo o Unión Radio, um funcionário do governo venezuelano havia ameaçado não renovar as concessões do veículo se o programa de González continuasse no ar.

"[O CNP] lamenta e repudia que donos de meios de comunicação cedam a supostas pressões e chantagens do governo, orientados a silenciar suas vozes dissidentes que evidenciam os problemas do nosso país", afirma a nota. A organização também diz que essas "vozes dissidentes" dos meios de comunicação vão de encontro à "hegemonia comunicacional do governo venezuelano, que não parece se contentar com o controle absoluto de mais de 300 meios de comunicação".

Um relatório do Human Rights Watch (HRW) de agosto de 2012 já denunciava a piora da liberdade de expressão na Venezuela causada pela concentração de poder no país. Segundo o relatório, a possibilidade de represálias por parte do governo venezuelano tem levado a jornalistas a pensar antes de divulgar informações e opiniões críticas ao governo, noticiou o portal UOL.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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