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No Dia Mundial dos Refugiados, organizações destacam número de jornalistas exilados

No Dia Mundial dos Refugiados, 20 de junho, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgou um relatório no qual destaca que 57 jornalistas foram obrigados a se exilar entre 1 de junho de 2011 e 31 de maio de 2012. A maioria dos repórteres exilados (sete) são da Somália. O destino principal é os Estados Unidos (15 pessoas). As ameaças à integridade física são a razão de 58% desses profissionais (58%) ter se exilado, enquanto 46% citaram também ameaças de prisão.

Os dados vêm depois da fuga de 15 jornalistas por conta da violência em Veracruz, no México, informou o E-Consulta. Além disso, durante o 10º Fórum de Austin sobre Jornalismo nas Américas, em maio, o fotógrafo Miguel Ángel López Solana, também de Veracruz, anunciou que estava buscando asilo político nos Estados Unidos.

Nos últimos 12 meses, seis dos jornalistas exilados eram das Américas, sendo três do Equador. De fato, o Equador ocupa o 7º lugar entre os países dos quais mais jornalistas fugiram no ano passado. Em 2011, os jornalistas foram alvo da ira do presidente Rafael Correa, que processou jornalistas por difamação e, mais recentemente, ordenou que membros de seu gabinete não concedam mais entrevistas à imprensa privada e independente. Um dos donos do jornal equatoriano El Universo, Carlos Pérez Barriga, condenado por difamação, recebeu asilo no Panamá.

Dos jornalistas exilados, 23% continuam trabalhando no exílio e cerca de 11% conseguiram voltar para seus países, acrescentou o CPJ.

CPJ registra o exílio de jornalistas desde 2007. Cuba ocupa a 7ª posição no ranking global de países dos quais os jornalistas mais fogem, com 19 profissionais.

número de jornalistas exilados no ano passado caiu para 57 - foram 67 no período anterior.

Também em relação ao Dia Mundial dos Refugiados, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou que 80 jornalistas fugiram de seus países de origem em 2011. A RSF pediu ao Alto Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, "um mecanismo de alerta específico e que haja um responsável encarregado de tratar dos casos de jornalistas e defensores dos direitos humanos no exílio...um melhor acesso a medidas de proteção individuais adequadas, assim como ao processo de reinstalação de urgência e ao mecanismo de evacuação temporária para países seguros que pertençam à ONU".

A RSF também publicou um guia atualizado para ajudar jornalistas no exílio.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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