Durante o primeiro trimestre deste ano foi registrado um total de 53 agressões “contra os meios de comunicação, jornalistas e cidadãos que exerciam seu direito à liberdade de expressão” no Equador, segundo um informe especial da Rede de Monitoramento de Ameaças à Liberdade de imprensa, da organização não governamental equatoriana Fundamedios.
Segundo o documento, funcionários públicos foram “os principais agressores neste primeiro trimestre”, com um total de 56,6% das agressões, das quais 20,65% foram originadas pelo presidente equatoriano Rafael Correa e 15% por “grêmios, associações civis, grupos violentos, turbas, simpatizantes políticos ou manifestantes”.
Os resultados desse informe demonstram que as agressões contra jornalistas e meios de comunicação aumentaram 150% nos últimos quatro anos, afirmou o diário La Hora. No primeiro trimestre de 2009 houve 21 casos de agressões, em 2010 houve 34 e em 2011 houve 42.
Esses resultados devem-se em grande parte aos constantes ataques contra a imprensa que seguem o exemplo do presidente Correa, afirma o informe, apesar da remissão das sentenças contra os jornalistas Juan Carlos Calderón e Christian Zurita, autores do livro “El Gran Hermano” (O Grande Irmão) e do milionário processo contra o diário El Universo. Ambas as ações judiciais ocorreram em fevereiro deste ano e foram iniciados por suposta difamação do presidente Correa. O processo contra os jornalistas Calderón e Zurita continua, já que ao final de março, a corte decidiu rejeitar o perdão do presidente.