Uma jornalista de Tabasco, México, foi assassinada a tiros na noite de 11 de junho. Horas depois, um jornalista no Estado de Veracruz foi sequestrado, e seu paradeiro ainda é desconhecido, informou Univision.
Norma Sarabia, jornalista de Tabasco Hoy há 15 anos, foi assassinada por dois homens armados que atiraram contra ela na porta de sua casa, no município de Huimanguillo, segundo o site Enfoque Monterrey. Tabasco Hoy informou que Sarabia foi atingida por pelo menos quatro tiros enquanto conversava com uma familiar na varanda de casa.
Enfoque Monterrey informou que em 2014 a jornalista denunciou ter sido ameaçada por dois policiais do município onde residia. Segundo o site, Sarabia cobria notícias de crime e policiais.
O Ministério Público do Estado de Tabasco divulgou um comunicado no qual indicou que as investigações sobre o assassinato de Sarabia já haviam sido abertas e que medidas de proteção para seus parentes foram adotadas. A instituição também informou que estão sendo conduzidos procedimentos junto à Promotoria Geral da República para que seja cumprido o protocolo de proteção aos jornalistas e que nenhuma linha de investigação seja descartada.
Segundo informou Tabasco Hoy via Twitter, Sarabia é a primeira mulher jornalista assassinada no Estado de Tabasco. Além disso, o diretor editorial do jornal, Héctor Tapia, lamentou profundamente a morte da jornalista. Segundo a EFE, Tapia relatou que a jornalista não mais assinava suas notas jornalísticas por medo de represálias.
O governador de Tabasco, Adán López Hernández, lamentou o assassinato e estendeu sua solidariedade à família de Sarabia ao mesmo tempo em que disse que espera que o crime seja profundamente investigado, publicou El Edén MX.
Enquanto isso, nas primeiras horas da manhã de 12 de junho em Veracruz, o jornalista Marco Miranda Cogco desapareceu. O jornalista levava sua neta à escola quando foi interceptado e sequestrado por homens armados a bordo de duas vans, informou o site Excelsior.
Miranda é consultor político e jornalista há 32 anos, informou Infobae. Atualmente, ele é responsável pela página de notícias do Facebook 'Noticias a tiempo', de acordo com a Vanguardia.
Segundo El Universal, seus parentes denunciaram seu desaparecimento nas redes sociais e responsabilizaram o governador de Veracruz, Cuitláhuac García, pelo que poderia acontecer com ele.
No Facebook, o Diario Veracruz publicou o depoimento da esposa de Miranda, que pediu que seu marido seja trazido de volta. Ela observou que ele é um jornalista crítico e que sempre sofreu ameaças de autoridades locais. Ela alegou que Miranda foi recentemente ameaçado por Eric Patrocínio Cisneros Burgos, secretário de governo de Veracruz, e pelo atual governador de Veracruz.
O secretário de governo negou estar envolvido no sequestro e disse ser uma pessoa que respeita a liberdade de expressão, publicou o site Palabras Claras. Ele também negou ter ameaçado Miranda.
"Não somos perversos, continuaremos a respeitar a liberdade de expressão. Exigiremos o início de uma investigação contra aqueles que ameaçaram jornalistas. As eras de 'tolerância' a grupos criminosos e sequestradores terminaram", publicou o governador de Veracruz na manhã de 12 de junho no Twitter.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de Veracruz anunciou via Twitter que a polícia estadual já implantou uma operação de busca e localização do jornalista sequestrado.
“2017 foi o ano mais mortífero para jornalistas na história moderna do México (9 mortes), que foi superado apenas em 2018 (10 mortes). Até junho de 2019, contando com Norma Sarabia, já são 7 assassinatos”, publicou Jan-Albert Hootsen, representante no México do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), no Twitter.