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ONG equatoriana pede fim do clima de embate entre veículos de mídia privados e públicos no país

Um chamado a fomentar a tolerância e o respeito mútuo aos jornalistas de meios estatais e privados foi realizado pela ONG equatoriana Fundamedios. Para a organização, o clima de polarização no qual se desenvolve o trabalho jornalístico no Equador gera agressões verbais e desqualificações entre os profissionais.

A iniciativa da Fundamedios teve como origem os ataques verbais trocados pelos jornalistas Janet Hinostroza e Orlando Pérez, diretor do jornal público El Telégrafo, após a transmissão do documentário “La generación de la revolución”.

De acordo com o diário El Telégrafo, em declarações à rádio Visión, Hinostroza chamou o documentário e seus realizadores de delirantes e afirmou que são utilizados pelo governo de Rafael Correa. Um dos realizadores do filme, Jonás Bravo, disse que Hinostroza não faz jornalismo, mas política; ao que a comunicadora respondeu via Twitter: "Você é filho da lei, sobrinho ou parente próximo dos Bravo que trabalham na SECOM (Secretaria Nacional de Comunicação do Equador), não é 'nova geração', tem interesses."

Em contra-ataque, Orlando Pérez publicou um artigo intitulado “Hinostroza viola 'lei do jornalismo', no qual assegura que a jornalista descumpriu uma lei básica do jornalista: não generalizar, o que teria feito ao dizer que “os mais medíocres dos medíocres estão nos meios públicos”. No mesmo diário, ele publicou o artigo "Filme 'inflama' os jornalistas da oposição" e afirmou que a jornalista "ofendeu Jonas Bravo".

Segundo Fundamedios, Hinostroza questionou o fato de um veículo público dedicar espaço a “se queixar” do que opina um jornalista. Ressaltou também que El Telégrafo generalizou suas mensagens, pois, segundo ela, o que havia dito foi que "certos jornalistas medíocres agora estão nos meios públicos". Com relação aos tweets, a jornalista comentou que também não foram mencionados todos os que ela escreveu, nos quais explicava o porquê de ter considerado que o documentário não verificou as informações de maneira adequada.

Em setembro deste ano, Hinostroza renunciou de seu programa no canal Teleamazonas quando foi ameaçada após divulgar informação sobre uma investigação que vincula o primo de Correa a irregularidades.

 

@jonasby1 tu de ley eres hijo, sobrino o pariente cercano de los Bravo q trabajan en la SECOM, no eres " nueva generacion" tienes intereses— Janet Hinostroza (@janethinostroza) December 1, 2012

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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