texas-moody

Organizações de imprensa condenam decisão que proibiu circulação de jornal venezuelano

A medida judicial que proibiu a publicação e distribuição do jornal semanal Sexto Poder, no dia 22 de agosto, foi criticada por entidades como o Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela (CNP) e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).

O CNP declarou luto pelo fechamento do jornal neste domingo, 28 de agosto, o primeiro em que a ausência do Sexto Poder é sentida, segundo a entidade. “Exigimos das autoridades nacionais a imediata suspensão desta medida, pois afeta não só os empregos dos trabalhadores do semanário, mas ameaça toda a atividade do jornalismo independente e crítico, um dos pilares das democracias modernas”, completou.

Para o presidente da SIP, Gonzalo Marroquín, "travar a distribuição de um veículo de comunicação é um abuso de poder que cerceia o direito à informação de todos os venezuelanos", noticiou a AFP.

A decisão que fechou o semanário veio logo após a publicação de uma montagem fotográfica com seis funcionárias do governo vestidas como dançarinas de cabaré, considerada ofensiva por autoridades.

O tribunal responsável pela medida também ordenou a prisão da diretora do Sexto Poder, Dinorah Girón, e do presidente da empresa, Leocenis García. Girón foi detida, acusada de "instigação pública ao ódio e ofensa pública por razões de gênero", e recebeu liberdade condicional na terça-feira, 23 de agosto, informou o Globovisión. Já García tem ordem de captura decretada e ainda não se entregou à Justiça.

Em lados opostos, tanto a foto publicada quanto a proibição do jornal repercutiram negativamente na Venezuela e destacaram a urgência de um debate sobre liberdade de expressão no país, observou a Radio Nederland. Um dos objetivos deste debate, segundo Pérez Pirela, seria "acabar com as práticas de alguns meios que provocam para que o Estado adote medidas e fique contra a comunidade internacional".

Claudio Paolillo, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, destacou, no comunicado da SIP, que a liberdade de expressão só existe "quando as críticas ácidas que, inclusive, podem ser de mau gosto, são toleradas pelos governantes, que estão submetidos ao escrutínio público por sua própria vontade".

Artigos Recentes