Por Alejandro Martínez
Cerca de 200 mil pessoas já assinaram uma petição online para que a CNN se desculpe pela cobertura do encerramento de um controverso julgamento de estupro no estado americano de Ohio. O trabalho da emissora tem sido criticado por focar em dois jovens atletas condenados por abuso sexual contra uma menina de 16 anos, omitindo a perspectiva da vítima.
Trent Mays, 17, e Ma’lik Richmond, 16, foram condenados no último domingo pelo estupro e sentenciados a um ano de detenção em uma prisão própria para menores.
O caso reforçou um debate sobre a imagem das vítimas de estupro, frequentemente acusadas de provocar de alguma forma o ataque contra elas. O julgamento também gerou discussão sobre como as mídias sociais foram usadas para divulgar imagens, vídeos e mensagens do estupro.
A CNN direcionou a cobertura para os acusados, questionando como seria a vida deles após uma condenação por estupro.
Embora diversos outros veículos foram acusados de esquecer da vítima, usuários do Twitter concentraram suas críticas na CNN:
Shame on CNN: Apologize for Steubenville coverage. signon.org/s/aS1VHt @signon
— Adrien Korczynski (@AdrienHope) March 19, 2013
Hey @cnn I know you’ve got a lot of time to fill, but you can do better than the “poor convicted rapists” angle upworthy.com/cnn-pays-touch…
— James Van Der Beek (@vanderjames) March 19, 2013
Like DUH, @cnn. #steubenville twitter.com/carinainthecit…
— Carina Hsieh (@carinainthecity) March 18, 2013
A New Yorker disse que CNN “merecia” a reação à cobertura. O Huffington Post destacou que o tom se manteve, apesar das críticas.
A cobertura da CNN levou à criação de uma petição online no Change.org.
Ao Poynter, Kelly McBride pediu que as pessoas não assinem a petição. Embora concorde que o apresentador da CNN tenha dito bobagens sobre os acusados, McBride argumenta que a pressão sobre a emissora “não fará nada, mas confundir ainda mais o público sobre questões envolvendo estupros”, pedindo às pessoas que vejam boas matérias sobre o assunto, como o logo podcast da ESPN.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.