Após quase sete meses de investigações, a Polícia Civil de Goiás está mais próxima de resolver o homicídio do comentarista esportivo Valério Luiz de Oliveira Na última sexta-feira, 1º de fevereiro, três homens suspeitos de envolvimento no crime foram presos, informou o Diário da Manhã. No dia seguinte, o empresário e ex-dirigente do clube Atlético Goianiense Maurício Sampaio também foi preso apontado como o mandante do assassinato.
Valério Luiz trabalhava na Rádio Jornal 820, de Goiânia, e foi morto com sete tiros, na porta da rádio, no dia 5 de julho do ano passado. Antes de ser assassinado, o comentarista já havia recebido ameaças feitas por dirigentes do clube de futebol e estava proibido de entrar em suas instalações.
A organização Repórteres Sem Fronteiras comemorou o resultado do trabalho policial. “A detenção de Maurício Sampaio, antigo vice-presidente do Atlético Goianiense, parece confirmar a hipótese de represálias relacionadas com as críticas proferidas na rádio por Valério Luiz contra os dirigentes do clube. Embora respeitando a presunção de inocência, Repórteres sem Fronteiras se congratula por este avanço da investigação", afirmou em nota.
Segundo a entidade, embora jornalistas brasileiros ainda padeçam com a falta de segurança, sobretudo no âmbito local, o país se distingue de outros da região graças a seus esforços na luta contra a impunidade em vários casos.
No ano passado, o Brasil contabilizou 11 casos de homicídios de jornalistas, segundo a Press Emblem Campaign. A violência crescente contra profissionais de comunicação contribuiu para a queda de posições do país na última Classificação Mundial da liberdade de imprensa publicada por Repórteres sem Fronteiras. Este ano, o Brasil abriu a lista de mortes de jornalistas nas Américas com o assassinato do diretor de uma rádio de São João da Barra.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.