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Presidente do Panamá acusa imprensa de ter "interesses obscuros"

Poucos dias depois de convidar a igreja para mediar um diálogo sobre liberdade de expressão motivado por uma série de denúncias de ameaças e abusos contra jornalistas por parte de autoridades, o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, atacou a mídia novamente e acusou alguns veículos de ter "interesses obscuros", informou o TVN Noticias.

Segundo ele, a liberdade de expressão é respeitada no Panamá. "Deixo que me perguntem tudo... escreve-se tudo, publica-se tudo e tudo vai para a TV", disse o presidente a vários jornalistas, de acordo com o Hora Cero. O problema, afirmou o mandatário, é que "há donos de veículos com outros interesses", disse ele, citado pelo Crítica.

Martinelli pediu aos jornalistas que questionem esses "interesses obscuros" de alguns empresários de mídia, segundo o PAdigital. Ainda de acordo com o site, o presidente do Fórum de Jornalistas, Guido Rodríguez, expressou preocupação com as declarações do presidente, que não citou nomes. Rodríguez acrescentou que Martinelli é acionista de "vários meios de comunicação".

O presidente do Panamá entrou em conflito com a imprensa diversas meses nos últimos meses. Um jornalista, por exemplo, denunciou ter sido ameaçado após criticar o mandatário. Além disso, Martinelli expulsou do país dois jornalistas espanhóis acusados de incentivar um protesto em fevereiro de 2011. O governo também tentou criar uma lei para punir com prisão ofensas ao presidente e a outros funcionários públicos.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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