Por Samantha Badgen
O presidente venezuelano Nicolás Maduro propôs em 18 de março durante seu novo programa de rádio e televisão a criação de um encontro de tuiteiros latino-americanos e caribenhos em Caracas, publicou a Venezolana de Televisión (VTV).
“Vamos colocar uma data para organizar um grande encontro latino-americano e caribenho, de tuiteiros e de redes sociais… Precisamos de uma data para o encontro… para ativar esta grande força”, disse Maduro durante a segunda edição de seu programa En Contacto con Maduro.
“Twitter é uma arma excepcional para comunicar mil coisas, para participar no debate de ideias, para anunciar verdades, para contra-atacar campanhas”, acrescentou Maduro, que conta com 1,88 milhão de seguidores no Twitter, e espera chegar a dois milhões em abril.
O mandatário fez o chamado no mesmo dia que ocorreu o primeiro encontro de “Tuiteiros pela Paz”, na sede principal da Compañía Anónima Teléfonos de Venezuela (Cantv) em Caracas, onde a ministra da Comunicação e Informação, Delcy Rodriguez, também anunciou a criação de uma nova comunidade virtual chamada “Tuiteiros Chavistas pela Paz”.
“O nicho burguês tentou se apoderar deste meio de comunicação, mas o povo chavista e revolucionário está lutando com suas ideais, desmontando farsas e gerando um clima de paz entre todos os internautas que utilizam a rede social Twitter”, disse Rodríguez.
Segundo a Agencia Venezolana de Noticias (AVN), Rodríguez destacou que o mais importante é “manter a organização nas redes sociais, e por isso criaram um vice-ministério exclusivamente para as redes sociais”.
O chamado de Maduro ocorre semanas depois dos protestos contra a insegurança e a escassez de bens no país, que se tornaram violentos quando começaram os enfrentamentos da Guarda Nacional Bolivariana. Durante estes protestos, foram relatadas múltiplas violações à liberdade de expressão e aos direitos humanos, incluindo censura da mídia. Entre estes relatos de censura, porta-vozes do Twitter, que tem sido uma das maiores fontes de notícias dos cidadãos venezuelanos durante os protestos, confirmaram que as imagens publicadas em contas venezuelanas estavam sendo bloqueadas.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.