Por Alex Phillips*
A reconhecida jornalista investigativa Giannina Segnini pediu demissão do jornal da Costa Rica La Nación, onde trabalhou por 20 anos. De acordo com o The Tico Times, Segnini partiu logo após as eleições presidenciais de 02 de fevereiro, em protesto pela cobertura eleitoral do jornal e sua decisão de não publicar uma pesquisa eleitoral feita pela empresa UNIMER.
Em uma nota, Segnini citou a diminuição dos espaços disponíveis para o jornalismo independente como um fator para sua partida. "Uma série de decisões editoriais deste jornal que foram baseadas em razões que eu considero muito longe de serem jornalísticas tornaram impossível para mim continuar a trabalhar para esta empresa", disse Segnini.
Em 1994, Segnini fundou a unidade de investigação do La Nación, onde posteriormente ela implementou um avançado processo de coleta de dados que ela denominou “zero desperdício”. Ano passado, Segnini foi escolhida para liderar um projeto transnacional da ICIJ considerado pela organização “o mais ambicioso projeto investigativo transfronteiras da história.”
De acordo com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), “sob a liderança de Segnini, o time investigativo do La Nación divulgou 10 casos de corrupção internacional, incluindo o escândalo de suborno da Alcatel e o caso de suborno que enviou dois ex-presidentes da Costa Rica para a cadeia.
“O diretor corporativo do La Nación Armando Gonzalez não comentou a saída de Segnini,” noticiou o the Tico Times.
*Alex Phillips é estudante da turma "Jornalismo na América Latina" na Universidade do Texas em Austin.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
