A onda de protestos no Chile, com demandas que vão desde investimentos no ensino superior até melhores condições de trabalho nas minas, pode ajudar a quebrar o oligopólio da mídia no país, diz um novo relatório da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
De acordo com a RSF, os protestos são um desafio para um modelo político, econômico e de mídia herdado dos anos Pinochet, noticiou IFEX. "Vinte anos de poder da Coalizão de Partidos pela Democracia mantiveram uma extrema concentração dos meios de comunicação, impedindo o pluralismo e levando a conflitos de interesse", disse a entidade francesa.
Em meio à falta de diversidade de veículos e de vozes na imprensa chilena, o estudo aponta que os meios de comunicação online e alternativo têm desempenhado um papel central na cobertura e organização dos protestos, acrescentou a Agência Efe.
RSF também destacou o "oligopólio nacional" formado pelos conglomerados de mídia El Mercurio e Copesa, proprietários dos jornais El Mercurio e LaTercera, respectivamente. Eles são os únicos beneficiários de um sistema de subvenção estabelecida durante a ditadura que repassa 5 milhões de dólares por ano.
Cenário semelhante é visto no universo radiofônico, onde o grupo espanhol Prisa, proprietário do jornal El Pais, detém cerca de 60% da freqüência de rádio chilena.