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Quarto jornalista assassinado no México este ano: dono de estação de rádio é esfaqueado em casa

O corpo do político e jornalista Moisés Dagdug Lutzow, que havia sido ameaçado por seu trabalho, foi encontrado dentro de sua casa em Villahermosa, estado de Tabasco (sudeste do México) em 20 de fevereiro. Dagdug foi esfaqueado várias vezes.

Um vídeo da câmera de segurança da casa de Dagdug mostra duas pessoas saindo da casa em uma caminhonete do jornalista, que foi abandonada depois, segundo Tabasco HoyUma faca de cozinha e garrafas de licor foram encontrados no veículo, mas nada de valor foi roubado da casa, acrescentou o jornal.

Embora não tenha sido determinado o motivo oficial da morte, a Promotoria Especial para a Atenção de Crimes contra a Liberdade de Expressão (FEADLE), que faz parte da Procuradoria Geral da República (PGR), atrairá o caso do assassinato de Dagdug por sua atividade como jornalista, publicou Tabasco Hoy. A Procuradoria Geral do Estado de Tabasco também continuará investigando o caso.

Dagdug, de 65 anos, era diretor e proprietário da empresa de mídia Grupo VX e da emissora de rádio XEVX-AM La Grande de Tabasco desde 1980 até os dias de hoje. Ele também fundou a emissora de televisão TVX, onde tinha um programa chamado ‘De Frente a Tabasco’. Também foi deputado federal pelo Partido da Revolução Democrática (PRD) de 2006 a 2009.

Dagdug e o diretor de notícias de Grupo VX “denunciaram terem recebido ameaças pela postura crítica contra o governo estadual de Tabasco”, informou Aristegui Noticias.

“Não tinha medo de dizer que havia sido ameaçado, que recebia constantes ameaças, de fato em sua casa particular em algumas ocasiões os criminosos haviam entrado. Trocou seu sistema de segurança, sua vida mudou radicalmente”, disse Ángel Antonio Jiménez, diretor de notícias, segundo Aristegui Noticias.

As autoridades federais devem adotar ações decisivas para combater a grave crise da liberdade de imprensa que enfrenta o México”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ na sigla em inglês), segundo um comunicado de imprensa da organização. “Isso significa uma investigação vigorosa do assassinato de Moisés Dagdug Lutzow e considerar todos os motivos, incluindo a possibilidade de que tenha sido assassinado em represália ao seu trabalho informativo”.

Dagdug é o quarto jornalista assassinado no México este ano.

O corpo da jornalista de Veracruz Anabel Flores Salazar foi encontrado no estado de Puebla em 9 de fevereiro depois de ter sido sequestrada em sua casa por um grupo de homens armados. Reynel Martínez Cerqueda, um apresentador da rádio comunitária El Manantial, foi assassinado em 22 de janeiro em Oaxaca, um dia antes de Marcos Hernández Bautista, repórter do periódico Noticias, Voz e Imagen de Oaxaca, ter sido assassinado no mesmo estado. Só um dos casos, o de Hernández, foi confirmado pelo CPJ como sendo um crime diretamente relacionado ao trabalho jornalístico.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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