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Quatro jornalistas continuam desaparecidos no sudeste do México

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  • 24 novembro, 2010

Por Ingrid Bachmann

Pelo menos quatro jornalistas continuam desaparecidos no Estado mexicano de Michoacán, um dos centros da ofensiva governamental contra o tráfico de drogas, e não há avanços concretos na investigação por parte das autoridades federais e estatais, denunciou a Repórteres sem Fronteiras (RSF).

Tratam-se dos jornalistas José Antonio García Apac (desaparecido em novembro de 2006), Mauricio Estrada Zamora (fevereiro de 2008), María Esther Aguilar Cansimbe (novembro de 2009) e Ramón Ángeles Zalpa (abril de 2010).

O México é o país mais perigoso para a imprensa nas Américas e a violência ligada ao tráfico de drogas deixou sua marca nos jornalistas (para mais detalhes, veja este mapa do Centro Knight sobre a violência no México).

A RSF afirma que aspectos burocráticos e jurídicos fazem com que as investigações estejam num beco sem saída. Os casos estão classificados como "privação ilegal da liberdade", já que o Código Penal de Michoacán não contempla o crime de "desaparecimento", e não receberam prioridade por parte das autoridades locais ou federais.

Os familiares dos repórteres desaparecidos se queixam de falta de atenção do Ministério Público estadual e da procuradoria federal especializada em crimes contra jornalistas, informou a agência AFP. A irmã de María Esther Aguillar, por exemplo, diz que nunca foi informada sobre qualquer avanço nas investigações.

O jornal Cambio de Michoacán afirmou em um editorial que as ameaças ao jornalismo não são exclusivas desse Estado, mas apontou que a reação das autoridades “foi de aceitar o problema”, sem oferecer soluções.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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