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Reportagens auxiliam ação do MPF contra três delegados acusados de tortura durante a ditadura no Brasil

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  • 30 agosto, 2010

Por Maira Magro

Reconhecidos por vítimas e familiares em imagens de jornais, revistas e na televisão, três delegados da Polícia Civil de São Paulo são acusados, em uma ação do Ministério Público Federal (MPF), de participar diretamente de atos de tortura, abuso sexual, desaparecimentos forçados e homicídios durante o regime militar (1964-1985), informou o MPF.

ação civil pública pede o afastamento imediato, a perda dos cargos e das aposentadorias dos delegados Aparecido Laertes Calandra, David dos Santos Araújo e Dirceu Gravina (os dois primeiros aposentados e o terceiro ainda na ativa), além da condenação e reparação por danos morais coletivos e restituição das indenizações pagas pela União, relata o Terra. Leia aqui os relatos colhidos pelo MPF.

Os procuradores afirmam que, além de outros crimes, o delegado Aparecido Laertes Calandra (sob a alcunha de capitão Ubirajara) participou da montagem da versão de que o jornalista Vladimir Herzog teria cometido suicídio na cadeia, diz o site do MPF. Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura em São Paulo, foi encontrado morto nas dependências do Exército em São Paulo, em outubro de 1975. O Exército divulgou nota oficial dizendo que ele havia cometido suicídio, mas, em 1978, em uma decisão emblemática, a Justiça reconheceu que a União foi a culpada pelas torturas e a morte de Herzog. O caso provocou indignação e protestos contra a ditadura no Brasil.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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