No mesmo fim de semana em que um profissional do Estadão foi detido por desacato ao questionar a expulsão de jornalistas de uma delegacia no Rio de Janeiro, a repórter policial Fátima Souza, da Rede Record, denunciou ter enfrentado situação semelhante em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
No sábado 24 de setembro, segundo o Portal Imprensa, ela teria sido expulsa e insultada pelo titular da delegacia de Franco da Rocha, Luís Roberto Faria Hellmeister, ao fazer perguntas sobre o caso do ex-árbitro de futebol Oscar Roberto Godói, que havia atropelado uma jovem naquele mesmo dia.
Em depoimento disponível aqui, a repórter contou que "Hellmeister parecia não estar muito contente com minhas perguntas, mas esta é a minha função de repórter. Como última pergunta eu disse a ele: “Doutor, o senhor disse que se fosse um 'Zé Ninguém' a imprensa não estaria aqui. E, se fosse um 'Zé Ninguém', o senhor estaria aqui? Teria saído de casa, na sua folga, para vir atender a ocorrência?" Ah! Aí a autoridade perdeu a classe! Levantou da cadeira, esticou o dedo em direção ao meu nariz e começou a gritar de forma insana: “A senhora é uma repórter espúria!” (...) “Enquanto eu for delegado aqui você não pisa mais aqui dentro!”".
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo considerou a atitude do delegado "inaceitável" e pediu uma retratação imediata. "O delegado, um servidor com a responsabilidade que a função exige, não pode e não tem o direito de expulsar qualquer cidadão de uma delegacia, ainda mais uma jornalista no exercício da profissão, de um espaço público, que não lhe pertence e que tem apenas o dever de preservar", argumento o sindicato.