Um repórter no Estado de Nayarit, no México, foi encontrado morto em 1º de dezembro, tornando-se o primeiro assassinato de jornalista registrado sob o comando do novo presidente, Andrés Manuel López Obrador.
Alejandro Márquez, também conhecido como “El Guamas”, foi encontrado em uma trilha próxima a uma rodovia, de acordo com a Asociación de Periodistas Desplazados México (Associação de Jornalistas Deslocados México).
O jornalista recebeu uma ligação enquanto estava em casa e rapidamente saiu em sua motocicleta, segundo Crítica Digital Noticias. Quando seu corpo foi encontrado, ele havia sido espancado e havia levado quatro tiros na cabeça, acrescentou o site, citando relatos não oficiais.
Não houve menções de um possível motivo.
Márquez foi diretor do semanário Orión Informativo e colaborou anteriormente com Crítica Digital Noticias por oito anos, de acordo com a publicação, que acrescentou que ele foi candidato a vereador pelo partido Morena, o mesmo que López Obrador.
Os Comunicadores Unidos de Nayarit conclamaram o governo a investigar o crime e punir os responsáveis, bem como garantir a segurança dos colegas, de acordo com um comunicado de imprensa da organização.
"Em Nayarit não há histórico de atos violentos contra a categoria jornalística, e é por isso que esse terrível assassinato chocou os comunicadores e nos colocou em um estado de desamparo e vulnerabilidade", disse o comunicado.
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), condenou o assassinato. “A violência contra comunicadores é um ataque contra a sociedade e contra o direito de ser informado e ter acesso à verdade”, escreveu ele no Twitter.
Também no Twitter, a organização pela liberdade de expressão Artigo 19 México instou a Procuradoria Especial para Crimes contra a Liberdade de Expressão (FEADLE), o Mecanismo Federal de Proteção e a Comissão Executiva de Vítimas (CEAV) “a investigar o caso, proteger e ajudar a família e os colegas de Márquez. ”
María Elvira Domínguez, presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), disse que o assassinato é "um lembrete doloroso e fatal do imenso problema da violência e da impunidade que ainda precisa ser resolvido no [México]", segundo um comunicado da organização.
"A morte de jornalistas mexicanos, especialmente no interior do país, tem sido constante durante as últimas décadas e resta saber se a mudança anunciada pelo presidente López Obrador pode pôr fim a essa praga na democracia", disse Roberto Rock, presidente do Comitê de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP e editor do site mexicano La Silla Rota.
Durante uma entrevista coletiva de imprensa em 3 de dezembro, López Obrador foi questionado sobre o assassinato de Márquez. Ele disse que o jornalista estava no hospital e que investigariam o caso, informou Proceso, aparentemente referindo-se a um colunista e ex-congressista que foi encontrado vivo em Nayarit em 2 de dezembro depois de ter desaparecido cinco dias antes. O presidente disse que viajaria para Tepic, Nayarit em 7 de dezembro, acrescentou a publicação.
López Obrador disse também que, durante uma reunião de segurança, foi feito um acordo para manter a proteção de jornalistas e pessoas ameaçadas.