Em nota divulgada em seu site na noite de segunda-feira (28), a revista Caras afirmou estar sofrendo censura na cobertura da morte da atriz e escritora brasileira Cibele Dorsa. Por decisão da justiça, a publicação foi obrigada a retirar trechos da carta de suicídio que a atriz teria enviado à redação antes de sua morte.
A Editora Caras declarou que vai recorrer da decisão e, caso ela seja mantida, a edição impressa vai circular esta semana “tarjada como em épocas de censura militar”.
“Informamos que a Editora Caras, por acreditar na plena liberdade de expressão contida na Constituição Federal desse país, e em respeito a seus leitores e internautas, perseguirá a liberação dos textos e nome que foi obrigada a retirar e impedida na sua edição impressa de mencionar”, diz a nota.
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De acordo com o diretor da revista, o responsável pela censura foi o ex-marido da atriz, alvo de graves acusações na carta, informou a Folha de São Paulo. "Com a edição já na gráfica, recebemos uma ordem judicial que nos impedia de mencionar o nome do marido de Athina Onassis de forma direta ou indireta, seja em reproduções das mensagens de Cibele Dorsa, seja em textos de nossa autoria. Também recebemos um prazo de 12 horas para remover tudo o que havíamos publicado em nosso site a esse respeito", explicou Maluf.
A atriz morreu na madrugada do último sábado, após cair da janela do sétimo andar do prédio onde morava, na Zona Sul de São Paulo. Em janeiro, seu noivo, o apresentador de TV Gilberto Scarpa, cometeu suicídio no mesmo local.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.