Um ano depois que um terremoto devastou o Haiti, no dia 12 janeiro de 2010, deixando mais de 230 mil mortos e milhões de desabrigados, menos de 5% dos escombros foram removidos e aproximadamente um milhão de pessoas continua sem ter onde morar, segundo a GlobalPost.
Após a tragédia, os meios de comunicação desempenharam um papel importante, ajudando a localizar sobreviventes e, em alguns casos, debatendo o desempenho dos jornalistas na cobertura de desastres - pois, muitas vezes, eles se envolvem nas histórias que acompanham.
Enquanto o país mais pobre das Américas tenta se reconstruir, um relatório discute as lições que os meios de comunicação aprenderam com um desastre natural cuja resposta humanitária foi uma das mais fortes já vistas.
O relatório "Lições do Haiti", feito pela rede Comunicação com Comunidades Afetadas por Desastres (CDAC, na sigla em inglês), com apoio da organização Internews e financiamento da Fundação Knight, analisa criticamente o papel da comunicação durante a crise. Além disso, faz recomendações para uma melhor utilização dos meios em futuros esforços de recuperação após desastres. O documento destaca que os novos meios e tecnologias foram usados de uma maneira sem precedentes.
"Nas semanas após a tragédia, o Haiti se transformou rapidamente em um laboratório real para vários aplicativos novos, como mapas interativos e plataformas de mensagens de texto", escrevem Anne Nelson e Mayur Patel em um artigo sobre o relatório no KnightBlog. "Depois do terremoto, essas ferramentas foram utilizadas pela primeira vez em grande escala para criar um diálogo entre os cidadãos e os socorristas, para ajudar a orientar as equipes de busca e resgate e para encontrar as pessoas necessitadas".
No entanto, o relatório adverte que o uso das novas tecnologias - nem sempre bem-sucedido - não substitui os meios de comunicação tradicionais, como o rádio, que continuou sendo a ferramenta de comunicação mais eficiente durante o desastre.
O documento traz relatos de jornalistas haitianos, profissionais de mídia, organizações humanitárias e outras pessoas envolvidas com os trabalhos de socorro, e está disponível em inglês, francês e creole.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.