Por Liliana Honorato
O Equador é um dos países latino-americanos com um dos piores problemas no exercício da liberdade de imprensa e de expressão devido à obsessão do Presidente Rafael Correa de atacar constantemente a imprensa privada e independente do país.
Numa entrevista ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, o jornalista e diretor da organização não-governamental equatoriana Fundamedios, César Ricaurte, explicou a "situação complicada" que existe no Equador entre governo e os meios de cominicação que não são parte do Estado.
Segundo Ricaurte, a Fundamedios contabilizou 500 agressões contra jornalistas durante o governo do presidente Correa, que assumiu o cargo em 2007. De fato, Ricaurte vítima de ataques contra si mesmo e contra sua organização e recebeu ameaças de morte por suas críticas ao governo mais de uma vez. Em abril deste ano, Ricaurte enviou uma carta aberta a Correa exigindo respeito e responsabilizando o presidente por sua segurança.
Em meio a uma série de incidentes alarmantes, Correa atacou publicamente jornalistas do país, aprovou múltiplas leis que prejudicam gravemente a liberdade de imprensa no Equador, fechou diversos meios de comunicação independentes, além de ter chamado os cidadãos equatorianos a boicotar a imprensa e a rebelar-se contra "o abuso da ditadura” da imprensa, dizer que governos de esquerda "são afetados pela perseguição dos jornalistas”, e processado jornalistas por suposto “dano moral”, que acabaram em perdas multimilhonárias e até em sentenças de prisão contra os jornalistas acusados.
Por causa dessa exagerada quantidade de ataques contra a imprensa, não é de se estranhar que o presidente Correa tenha sido duramente criticado por várias organizações preocupadas com o estado da liberdade de imprensa e de expressão no equador, tanto em nível nacional quanto em nível internacional.
Para mais detalhes, assista à entrevista completa do Centro Knight com Ricaurte, realizada duranteo 10º Fórum de Austin de Jornalismo nas Américas, na Universidad do Texas em Austin, no último mês de maio.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.