No ano em que quase metade da população mundial está convocada a ir às urnas em eleições nacionais e locais, o 25o Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ) contou com um workshop que ofereceu sugestões de como jornalistas e meios de comunicação podem usar o YouTube em sua cobertura eleitoral.
Nicolette Scott, gerente de parcerias estratégicas do YouTube News, ministrou o workshop “Optimizing Your YouTube Strategy for 2024 Elections” (“Otimizando sua estratégia no YouTube para as eleições de 2024”) no segundo dia do 25o ISOJ, 13 de abril.
Scott abriu a sessão com alguns dados de acessos ao YouTube: segundo ela, 300 milhões de pessoas assistem a transmissões ao vivo diariamente na plataforma, e os shorts têm 70 bilhões de visualizações diárias. Ela incentivou jornalistas a tirar proveito dessa vasta audiência no YouTube em suas coberturas de eleições.
“O alcance é ainda mais importante durante um ciclo eleitoral, pois há uma grande oportunidade de conectar as pessoas a notícias e informações eleitorais confiáveis e de alta qualidade no YouTube, dada a nossa escala. (...) Queremos garantir que as pessoas estejam se conectando com fontes confiáveis para ajudá-las a tomar decisões informadas”, disse Scott.
Scott destacou três pontos de partida para uma cobertura eleitoral ser bem-sucedida na plataforma:
Responsabilidade no compartilhamento de conteúdo: “Removemos e reduzimos o conteúdo nocivo, promovemos as fontes confiáveis e queremos recompensar e capacitar criadores responsáveis e com autoridade”, disse Scott.
Amplo aproveitamento dos produtos e estratégias disponíveis na plataforma: “Falamos muito no YouTube sobre a estratégia multiformato, e isso significa pensar em vários tipos de conteúdo e cobrir diferentes formatos, seja vídeo sob demanda, conteúdo longo, shorts, transmissão ao vivo, podcast.”
Entender as regras do YouTube: “Você quer entender as diretrizes da comunidade, os direitos autorais e nossas regras de publicidade. Tudo isso pode ser encontrado em nosso site (...). Isso também é muito importante em um tema delicado como as eleições.”
Scott ofereceu algumas sugestões a partir de exemplos que ela mostrou de meios de comunicação que têm usado o YouTube nos últimos anos para potencializar suas coberturas eleitorais.
Ela lembrou que essa é uma cobertura que vai muito além do dia da votação. Antes do pleito em si, é possível oferecer perfis de candidatos e vídeos explicativos sobre o processo eleitoral, além de compilações e resumos sobre o que aconteceu na campanha. É um bom momento para construir sua audiência e fazer com que ela acompanhe toda a sua cobertura do ciclo eleitoral, disse Scott.
O dia da eleição é um bom momento para engajar sua comunidade, oferecendo, por exemplo, uma transmissão ao vivo divulgado o resultado do pleito em tempo real. Depois da votação, é possível oferecer análises e contexto tratando do impacto do resultado em políticas públicas, ou reações de figuras públicas ao resultado, sugeriu ela.
Scott ressaltou que o público do YouTube tem uma vastidão de opções, e por isso é importante “ser diferente”.
“Pense em como você pode apresentar o conteúdo de forma exclusiva, diferencie seu conteúdo para se destacar, porque se você estiver pesquisando algo sobre um candidato ou resultados de eleições, todos os resultados da pesquisa provavelmente serão muito parecidos, porque todos abordam a mesma coisa. Portanto, [pense em] como você pode realmente se destacar, ser envolvente, pensar na combinação de seus títulos e thumbnails [imagem de destaque do vídeo]”, disse ela.
Em 2024, a grande dica do YouTube é “concentre-se na criação de conteúdo para a sala de estar”. Segundo Scott, existe uma tendência crescente do uso do YouTube na TV, que é hoje o dispositivo cujo uso mais cresce entre o público da plataforma.
“Portanto, pense em criar conteúdo envolvente, com qualidade HD e formato mais longo. E para os parceiros que podem ter acesso a conteúdo broadcast: se você tiver um noticiário noturno, considere a possibilidade de publicar os episódios completos durante as eleições para oferecer mais acessibilidade ao seu conteúdo para espectadores que não necessariamente têm acesso à TV”, disse ela.
Scott destacou os shorts, formato de vídeos verticais de até um minuto de duração, como “uma ótima maneira de crescer e alcançar novos públicos”. Ela compartilhou melhores práticas para o uso desse formato, que foram reunidas a partir de uma análise realizada pelo YouTube dos shorts mais visualizados globalmente.
Ao encerrar o workshop, Scott compartilhou o site News on YouTube, que oferece recursos e apoio a meios de comunicação e jornalistas que querem aprimorar sua experiência ao oferecer jornalismo na plataforma.
“No YouTube, estamos dobrando a aposta nas notícias e investindo mais nos produtos para realmente promover informações com credibilidade, não apenas nas eleições, mas em qualquer tipo de evento com alta cobertura noticiosa”, disse ela.