Após as perturbações causadas pela pandemia do COVID-19 nas rotinas diárias de pessoas em todo o mundo, alguns meios de comunicação latino-americanos estão dedicando espaços para as vozes daqueles que querem compartilhar suas histórias, principalmente as do que estão na linha de frente.
Cerca de um mês atrás, jornalistas de 14 meios latino-americanos começaram a planejar um projeto colaborativo para investigar assuntos relacionados à pandemia do coronavírus. Assim surgiu o Centinela Covid-19, que reúne organizações de 12 países latino-americanos mais a Univision Notícias, dos Estados Unidos.
A regra é trabalhar de casa e na América Latina muitas redações se adaptaram à situação. Isso vale para repórteres, editores e designers. No entanto, um grupo de profissionais de imprensa não tem esta possibilidade: fotojornalistas precisam estar nas ruas para retratar a crise de perto.
A atual pandemia da COVID-19 ressalta a necessidade de jornalistas trabalharem juntos, porque o vírus, assim como a desinformação sobre a doença, circula por diferentes fronteiras e línguas.
Redução ou suspensão das edições impressas, cortes de salário e demissões em massa. A pandemia de coronavírus atingiu em cheio a saúde financeira de empresas de mídia da América Latina num momento em que o trabalho jornalístico é essencial para a sociedade.
Para ajudar os jornalistas com o conhecimento e as ferramentas necessários para cobrir o vírus e as consequentes crises de saúde, social e financeira, o Centro Knight oferece o curso on-line gratuito “Jornalismo em uma pandemia: cobertura do COVID-19 agora e no futuro."
Um total de 3.877 estudantes de 147 países e territórios se registraram para o curso do Centro Knight “Reportagens Investigativas na Era Digital”, que decorreu de 3 de fevereiro a 1 de março de 2020.
Desde que o governo salvadorenho impôs quarentena obrigatória em casa em 21 de março devido à pandemia de coronavírus, várias restrições executivas afetaram o acesso à informação e liberdade de expressão.
A América Latina registrou um declínio geral em relação à liberdade de imprensa, de acordo com a Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa 2020, divulgada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF, na sigla em francês).
Autoridades mexicanas localizaram uma parte do corpo cefálico - ou seja, relacionada à cabeça - de um jornalista que desapareceu do estado de Guerrero em 2 de abril.
A Human Rights Watch (HRW) e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) alertaram nesta semana que governos estão usando a pandemia do novo coronavírus para publicar medidas que ameaçam a liberdade de expressão. As duas organizações citaram o caso da Bolívia, e o CPJ destacou ainda a situação em Porto Rico.
A UNESCO vai doar um total de US$ 500.000 a organizações sem fins lucrativos, incluindo associações de mídia e ou jornalistas, com projetos que melhorem as proteções legais para jornalistas ou que apoiem o jornalismo investigativo que contribui no combate à impunidade.