Trabalhando de forma independente e sem o apoio regular de uma redação, repórteres dizem que são motivados a cobrir esses temas pelo desejo de jogar luz sobre problemas sociais e promover mudanças.
Jornalistas e fotojornalistas venezuelanos fazem outros trabalhos fora do jornalismo para ganhar uma renda extra para sobreviver. Em 20 anos de governo de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, 400 meios de comunicação foram fechados.
O jornalismo brasileiro enfrenta desafios na formação acadêmica e nas redações. Enquanto muitos cursos de jornalismo tendem à teoria e pouco desenvolvem a prática, programas de treinamento promovidos por meios de comunicação buscam preencher lacunas. Programas da Folha de S. Paulo e do Estadão, ativos há mais de 30 anos, mais recentemente também passaram a priorizar a diversidade.
Um mês após a passagem do furacão Otis, jornalistas de Acapulco, no México, lutam para informar diante da falta de infraestrutura, dos equipamentos danificados e das perdas pessoais. O Otis agravou a situação já crítica do jornalismo no estado de Guerrero e colocou em risco os meios locais e os repórteres independentes.
Uma pesquisa que incluiu 35 depoimentos de jornalistas que trabalharam como fixers no México descobriu que há uma dinâmica de colaboração desigual entre jornalistas locais e correspondentes internacionais. O projeto “Fixing Journalism” busca mudar essa realidade por meio da coleta de depoimentos e da criação de um guia de recomendações.
Com a devastação das mudanças climáticas no Caribe, jornalistas que cobrem desastres naturais deveriam contar com atenção à sua saúde mental detalhando o que suas redações devem fazer antes, durante e depois de uma cobertura potencialmente estressante, propõe a jornalista ambiental de Trinidad e Tobago Seigonie Mohammed.
O Instituto Reuters entrevistou jornalistas que decidiram deixar a profissão devido a baixos salários, censura corporativa e esgotamento profissional. Alguns deles estão se reinventando em campos como a política ou a comunicação corporativa. Para eles, o encanto e a paixão pelo jornalismo minguaram.
O fechamento de estações de rádio na Venezuela continua a aumentar. A Radio Caracas Radio (RCR) fechou permanentemente após tentar transmitir só no YouTube e não ter sucesso. E a Éxtasis 97.7 FM, em Táchira, foi obrigada a desligar os seus equipamentos após ter sua concessão para o uso do espectro radiofônico revogada pelo governo.
Ao longo de 13 anos, o jornal diário enfrentou pressões políticas, econômicas e judiciais, acabando por fim a sucumbir a mudanças adicionais nas verbas publicitárias e nos hábitos dos leitores. A ausência da publicação deixará um vazio significativo na mídia boliviana.
O relatório “Women and Leadership in the News Media 2023: Evidence from 12 markets”, do Reuters Institute, concluiu que apenas 22% das posições de liderança nos meios analisados são ocupadas por mulheres. Esse número cai consideravelmente no mercado latino-americano, com apenas 5% no México e 13% no Brasil.
Jornalistas da América Latina conversaram com a LatAm Journalism Review (LJR) sobre a precarização laboral no jornalismo, que significa salários baixos, falta de contratos dignos e de proteção. Como consequência, cada vez mais jornalistas resolvem buscar fontes alternativas de renda ou seguir outros caminhos profissionais.
O jornalista Luis Horacio Nájera, que fugiu do México devido a ameaças do crime organizado, contou à LJR como, após 14 anos de exílio no Canadá, tem que trabalhar fazendo limpeza ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio de escrever suas memórias.