A Justiça peruana ordenou a quebra do sigilo telefônico da jornalista peruana Paola Ugaz, como parte do processo contra ela pelo Ministério Público peruano, de acordo com o diário espanhol ABC, para o qual Ugaz é correspondente em Lima.
As autoridades judiciais solicitaram à operadora de telefonia de Ugaz todos os seus registros de chamadas e informações de geolocalização de 2013 a 2020, período em que ela investigava o movimento religioso Sodalicio de Vida Cristiana, sobre o qual fez um trabalho jornalístico que expôs uma série de práticas ilícitas que culminaram na expulsão de seu principal líder, Fernando Figari, e na intervenção do Vaticano.
“Assim, eu me torno a primeira jornalista peruana a ter seu sigilo quebrado, usando um caminho muito perigoso para o futuro do jornalismo investigativo e que equipara o Peru à Nicarágua de Daniel Ortega”, disse Ugaz, segundo a ABC.