Com alcance nacional e sem paralelo no país, as revistas Continente e Pernambuco passaram por reformas recentemente. Financiadas por uma editora que pertence ao governo estadual pernambucano, as publicações, com 24 e 37 anos de vida, são exemplos bem-sucedidos de um modelo de jornalismo cultural financiado pelo Estado, mas não estão isentas de críticas.
Mariama Correia e Nayara Felizardo são cofundadoras da Cajueira, lançada em 2020 como newsletter e hoje uma rede que promove a produção jornalística do Nordeste. Elas conversaram com a LJR sobre o que mudou – e o que não mudou – na cobertura sobre a região, a força do jornalismo independente feito no Nordeste e os próximos passos da Cajueira.
Maior evento popular brasileiro, o Carnaval envolve desde dinâmicas sociais que com frequência são invisibilizadas, até exigências físicas particulares. A LJR conversou com jornalistas especializados no assunto atrás de conselhos sobre como cobrir a folia.
Organizações da sociedade civil que participam do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Comunicadores Sociais saúdam “boa vontade” do governo brasileiro, mas afirmam que falta de pessoal e de priorização do tema são obstáculos para que o órgão seja efetivo. Mudanças no Ministério da Justiça, onde o Observatório está abrigado, também preocupa organizações.
Aos Fatos, meio brasileiro especializado em fact-checking, integrou o ChatGPT com sua produção jornalística para criar um chatbot de perguntas e respostas, a FátimaGPT. No WhatsApp, no Telegram e no Twitter, o chatbot responde às perguntas do público a partir dos textos já publicados pelo site.
Estudo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) constatou um aumento de ações judiciais contra jornalistas e meios de comunicação pedindo a remoção de conteúdo relacionado às eleições de 2022 em comparação com 2018. Pesquisadoras destacam impacto na liberdade de imprensa, assim como tendências para eleições municipais de 2024.
O Supremo Tribunal Federal decidiu em novembro que, quando um meio de comunicação publica uma entrevista que contém uma informação falsa, a responsabilidade jurídica sobre aquela informação pode recair sobre o veículo. Em um contexto de vazio jurídico e de crescente assédio judicial no Brasil, a decisão preocupa especialistas.
Execuções cometidas por policiais, como ex-integrantes da corporação se tornam assassinos profissionais e como formam organizações comparáveis à máfia: esta é a especialidade da cobertura de Rafael Soares, repórter de 32 anos dos jornais O Globo e Extra, que diz não sentir medo. Depois do podcast “Pistoleiros”, ele acaba de lançar “Milicianos”, seu primeiro livro.
Os casos da jornalista brasileira Schirlei Alves e do jornalista chileno Felipe Soto Cortés evidenciam o impacto da criminalização da difamação na liberdade de imprensa na América Latina. Uma sentença da Corte IDH contra o Chile aponta caminhos para combater o uso da lei penal para silenciar jornalistas na região.
Para marcar o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, celebrado todo dia 2 de novembro, a LatAm Journalism Review (LJR) destaca quatro casos de jornalistas da América Latina e do Caribe que, em sua maioria, permanecem impunes.
Pedro Palma foi assassinado em 13 de fevereiro de 2014 em Miguel Pereira (RJ). Nove anos depois, a investigação sobre o crime segue aberta e ninguém foi responsabilizado. Esse é um dos 25 casos no Brasil em “total impunidade”, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas, e ilustra os obstáculos para a responsabilização de autores materiais e mandantes de crimes contra jornalistas no país.
O mercado de podcasts está em plena expansão na América Latina, com crescimento anual previsto de quase 30% até 2032. Muitos podcasts de jornalismo narrativo surfam na onda. A professora Luana Viana, da Federal de Ouro Preto, compartilha técnicas para capturar a atenção dos ouvintes, da dramaturgia às fontes.