Quase 80% dos meios locais digitais e regionais no México estão trabalhando para ou planejam, em até três anos, incorporar um modelo de receita vinda de leitores, isto é, um sistema de paywall, assinaturas, contribuições ou programas de membros.
Na América Latina, alguns dos principais jornais tradicionais de Argentina, Brasil, Colômbia e México – sendo este último o pioneiro na região – têm decidido adotar como modelo de negócio o paywall na busca por maior sustentabilidade financeira, frente à dominação quase total do mercado de publicidade digital por parte de plataformas como Facebook e Google.
Ao contrário do que se podia imaginar, a implementação do paywall -- barreira que restringe o acesso dos usuários não pagantes aos sites -- contribuiu para disparar a audiência dos grandes jornais brasileiros, que têm registrado também um significativo aumento na venda de assinaturas digitais.
O uso da internet está crescendo rapidamente na América Latina, e os grupos de mídia tradicionais estão explorando estratégias de conteúdos digitais pagos para tentar proteger e consolidar sua posição dominante, especialmente frente à competição de veículos exclusivamente digitais.
A recente saída de Marcus Brauchli da chefia do Washington Post reascendeu a discussão sobre se o jornal deve ou não cobrar pelo acesso ao conteúdo de seu site.
Se há uma mensagem que pode sintetizar, ao menos em parte, a conversa do jornalista estadunidense David Carr, colunista de mídia do New York Times, com o também jornalista Rosental Calmon Alves, diretor e fundador do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, é: no jornalismo atual, se você quiser fazer algo, não fique só pensando, faça.
A tendência de cobrar leitores pelo acesso ao conteúdo online está despontando no Brasil. A partir desta quinta-feira, 21 de junho, a Folha de S.Paulo passará a cobrar pelo acesso ao seu site, que ganhará todo o conteúdo da edição impressa, incluindo os textos dos colunistas, informou a própria publicação.
O jornal Reforma, um dos principais do México e dos primeiros a cobrar pelo conteúdo online por meio de um chamado “paywall”, agora estuda cobrar por aplicativos para smartphones lançados nos últimos dois anos, revelou um executivo do grupo Reforma.
Os jornais argentinos entraram tarde na tendência da imprensa mundial de implementar paywalls para limitar o acesso de conteúdo a leitores que pagam pela informação. O Clarín, pioneiro no país, lançou seu sistema de assinaturas digitais apenas em 2017. Para efeito de comparação, o grupo Reforma, do México, foi o primeiro da América Latina a adotar o […]