Por Liliana Honorato
A ministra de Coordenação Política do Equador confirmou que os membros do gabinete presidencial não vão mais dar entrevistas a meios de comunicação privados, informou a organização equatoriana não governamental Fundamedios. Além deste grave ataque à liberdade de imprensa, em outro comunicado, Fundamedios noticiou o fechamento do nono veículo de comunicação em menos de um mês no país.
O anúncio da ministra Betty Tola ocorreu três dias depois do presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciar a proposta, com a justificativa de que seria uma contradição dar entrevistas ao que o mandatário chama de imprensa corrupta, após instar os cidadãos equatorianos a boicotar essa mesma imprensa no final de maio.
Conforme explicou o Secretário Nacional de Comunicação equatoriano, Fernando Alvarado, os funcionários governamentais só falarão com meios privados que o governo não considere mercantilistas, excluindo alguns dos principais meios de comunicação do Equador, como os jornais El Universo, El Comercio, La Hora, Expreso, e Hoy, e as televisoras Ecuavisa e Teleamazonas, observou o El Comercio.
Em um comunicado, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) repudiou a decisão do governo equatoriano, que classificou como um “ataque à liberdade de informação”. Em outra nota, a SIP expressou satisfação com o discurso do presidente chileno, Sebastián Piñera, que defendeu energicamente a imprensa independente e a importância da liberdade de imprensa. "Nem sempre uma verdadeira e autêntica liberdade de imprensa é cômoda para os governantes", afirmou Piñera em 12 de junho, durante a Cena da Imprensa 2012, de acordo com o site Emol. “Prefiro mil vezes os ruídos de uma imprensa livre ao silêncio de uma amordaçada", acrescentou o mandatário chileno.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.