Em nota emitida na última sexta-feira, 24 de agosto, o Colégio Nacional de Periodistas (CNP) repudiou as agressões sofridas por uma equipe de reportagem da Globovisión durante a cobertura jornalística de uma crise penitenciária no sul de Caracas, capital venezuelana.
A jornalista Delvalle Canelón e o cinegrafista que a acompanhava foram agredidos física e verbalmente enquanto tentavam registrar os eventos violentos no presídio Yare I, onde mais de 20 presos foram mortos durante um confronto entre facções na quarta-feira, 22 de agosto, informou o Instituto Imprensa e Sociedade (Ipys, na sigla em espanhol).
Canelón contou à Globovisión que o ataque foi praticado por moradores dos arredores da prisão, supostamente partidários de um grupo político adepto ao governo de Hugo Chávez. A repórter sofreu alguns traumatismos e contusões e ficará em observação e repouso por 15 dias, de acordo com o CNP.
O CNP pediu que as autoridades contribuam com o respeito ao livre exercício profissional dos trabalhadores de imprensa e busquem os responsáveis pelos atos de violência contra a equipe jornalística.
A Globovisión mantém uma conflituosa relação com o governo e seus partidários. O presidente Chávez já se manifestou contra o canal privado em diversas ocasiões e já o advertiu a mudar de linha editorial. No final de junho deste ano, a Globovisión foi obrigada a pagar uma multa de cerca de US$ 5,6 milhões pela cobertura de outro conflito penitenciário.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
