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Jornais são alertados para aumentar seus preços no combate à queda na renda de publicidade

Por Ian Tennant

Dados recentes mostrando que a renda proveniente de publicidade em veículos impressos continua a cair na indústria de jornais surgiram assim que alguns observadores sugeriram que jornais devem considerar aumentar o preço de seus produtos impressos, uma estratégia que não atrai um editor do Wall Street Journal.

Segundo resultados da Associação de Jornais da América (NAA, na sigla em inglês) para o segundo trimestre de 2012 (divulgado em 4 de setembro), nearly $ 4,8 bilhões de dólares foram gastos em publicidade, mas esse número reflete uma queda de 7,85% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto as rendas de veículos impressos e on-line melhoraram do primeiro para o segundo trimestre de 2012, a tendência geral ainda é a queda.

Se os dólares provenientes de publicidade forem ajustados em relação à inflação, os projetados $ 19 bilhões que configuram o total de renda proveniente de publicidade em impressos em 2012 será menos do que a indústria de jornais recebeu em 1950, quando a NAA começou a acompanhar rendas de publicidade, notou Mark Perry para o DailyMarkets.com.

Jornais têm experimentado paywalls on-line, com algum sucesso no aumento dos números de circulação, mas o observador do cenário Frédéric Filloux lançou mais uma vez seu chamado para jornais mais caros.

Filloux comentou uma pesquisa dos 25 jornais mais vendidos nos EUA, feita pela empresa com sede na Alemanha Simon-Kucher & Partners que sugere que a renda gerada por um aumento do preço não deve impactar negativamente a circulação tanto quanto se teme, porque os leitores leais continuarão comprando as publicações impressas. Refletindo a realidade de uqe o produto impresso ainda é a primeira fonte de renda num momento em que os jornais migram para a internet, Filloux afirma que os autores da pesquisa concluem: "o negócio dos produtos impressos não é seu legado, é seu banco".

O Dallas Morning News é um exemplo de um jornal que tenta diversificar suas fontes de renda longe de uma dependência pesada em relação à publicidade, como o aumento do preço da assinatura e o lançamento de uma paywall em março de 2011. Uma síntese da Simon-Kucher & Partners afirma que o Morning News aumentou sua renda proveniente de circulação em cerca de 11% quando aumentou o preço de 75 centavos para um dólar em 2009.

No entanto, Raju Narisetti, editor executivo do Wall Street Journal Digital Network, alertou, em 3 de setembro, que jornais podem estar cometendo um erro ao focar nos leitores como fonte de renda à custa de anunciantes. Narisetti disse a Rachel McAthy, do site Journalism.co.uk, que há um crescimento em potencial no mercado da publicidade digital, mas "minha preocupação é que não estamos focando no lado da publicidade, que é (...) muito maior e está crescendo ainda mais, em vez de focar no lado do assinante, onde teremos um trabalho muito maior de convencer as pessoas a pagar por conteúdo?"

Ao falar no Simpósio Internacional de Jornalismo On-line (ISOJ) em abril deste ano, Narisetti disse ser essencial que jornalistas e desenvolvedores trabalhem juntos para melhorar as reportagens e aprimorar a experiência do leitor. “Minha premissa básica é que o futuro do nosso negócio das redações sairá da interseção entre tecnologia e conteúdo”, disse Narisetti no ISOJ, o simpósio anual de dois dias realizado na Universidade do Texas em Austin.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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