Por Isabela Fraga
O jornalista Eduardo Carvalho, dono e editor-chefe do site de notícias Última Hora News, foi assassinado a tiros na noite de quarta-feira, 21 de novembro, na cidade de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), informou o portal G1.
Policial aposentado, o jornalista costumava publicar no site matérias sobre crimes e já havia sido ameaçado diversas vezes, além de ter sido denunciado por calúnia e difamação, noticiou o portal Terra. Carvalho foi atingido por três tiros disparados por dois homens armados com pistolas quando chegava em casa, de moto, com sua esposa, informou o jornal Estado de São Paulo.
Segundo o próprio UHNews, a esposa do jornalista tentou reagir ao crime com a arma de Carvalho, mas a pistola estava sem munição. O caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Homicídios e está sendo investigado.
"O período de dois anos desde a posse da presidente Dilma Rousseff têm sido o mais letal para a imprensa brasileira desde que o CPJ começou a documentar casos em 1992", disse o coordenador sênior do programa das Américas do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Carlos Lauría. "As autoridades devem agir agora para levar os assassinos de jornalistas à justiça e quebrar o ciclo da impunidade, garantindo que os jornalistas possam informar sem medo de represálias".
Carvalho foi o terceiro jornalista assassinado no estado de Mato Grosso do Sul em 2012 -- dos seis profissionais da imprensa mortos no país este ano. Antes dele, morreram Luiz Henrique Georges e Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, ambos na cidade de Ponta Porã, que faz fronteira com o Paraguai. A área é considerada de risco para a cobertura jornalística, "uma zona sem lei e ponto de trânsito importante para o contrabando de armas e drogas", segundo uma reportagem especial do International Press Institute divulgada em março deste ano.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.