Por Isabela Fraga
Nesta quarta-feira, 5 de junho, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foi laureado com o Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, noticiou o El Universal. Falecido em 5 de março de 2013, Chávez foi reconhecido como "o máximo líder da Revolução Bolivariana pelo impulso que deu aos veículos públicos e populares do país durante sua gestão de governo".
O prêmio será entregue à família de Chávez em 27 de junho, Dia do Jornalista, acrescentou o Noticias al Día. Embora os jurados do prêmio tenham afirmado que Chávez “devolveu a palavra e o protagonismo a todos os povos do mundo", a relação do ex-presidente com a mídia privada foi bastante conturbada.
Não à toa, portanto, a outorga do prêmio gerou reações revoltadas de jornalistas. O Colégio Nacional de Jornalistas de Caracas (CNP Caracas), por exemplo, publicou um comunicado de rechaço ao prêmio. No texto, o CNP lembrou que Chávez foi "responsável pelo fechamento de inúmeros meios de comunicação durante seu governo (RCTV, 33 emissoras de rádio), deixando sem trabalho centenas de colegas". A associação também afirmou não reconhecer prêmios outorgados a pessoas que não são profissionais de comunicação, egressos de uma universidade com curso de comunicação social ou membros do CNP.
O ministro da Comunicação, Ernesto Villegas, criticou a postura do órgão, que classificou de "anacrônica" e "corporativista", informou o El Nacional. "Com Chávez, os direitos comunicacionais se ampliaram na Constituição Bolivariana, e houve uma expansão em seu exercício cotidiano".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.