Em 2001, a fotojornalista norte-americana Leslie Mazoch conseguiu seu emprego dos sonhos na Associated Press (AP), uma das mais reconhecidas agências de notíciais internacionais. Para iniciar sua carreira, ela se mudou para a Venezuela, onde nos próximos seis anos, fotografaria assuntos financeiros, políticos e sociais do país latino-americano.
Quinze anos depois, ela trabalha hoje como supervisora de edição de fotos na Cidade do México, onde fica o escritório da AP para a região da América Latina e do Caribe. Ao longo de sua longa carreira, que começou na Universidade do Texas (UT) em Austin, Mazoch percorreu as fronteiras da América Latina para criar centenas de imagens memoráveis e premiadas para AP e para projetos pessoais.
"Quando era caloura na UT, escolhi o espanhol para cumprir meu requisito de idioma, e soube que essa escolha me levaria para a América Latina", disse Mazoch. "Ao crescer em um estado de fronteira, o Texas, o castelhano foi a língua estrangeira mais prática para aprender."
Quando era estudante na Universidade do Texas em Austin, Mazoch começou a trabalhar como fotógrafa no jornal da faculdade, o The Daily Texan. Depois de se formar em Jornalismo, trabalhou como fotógrafa no The Brownsville Herald, um jornal localizado perto da fronteira Texas-México.
"Era o mais próximo que pude chegar da América Latina logo depois de sair da faculdade", disse Mazoch. "Eu gostaria de ter ficado mais do que apenas um ano e meio, para ganhar mais experiência e aprender mais sobre as pessoas de lá."
Mazoch apaixonou-se pela fotografia quando adolescente e, para ela, os fotógrafos da AP representam os melhores do campo. Com o declínio de escritórios de jornais no exterior, a AP se tornou uma boa oportunidade para viajar e ter um emprego fora do país.
"Eu me inspirava nos fotógrafos da AP porque eles eram o a nata do fotojornalismo", disse Mazoch. "Era meu sonho trabalhar na AP, especificamente na América Latina. Eu queria realmente usar o meu espanhol e explorar novos lugares."
Ela conseguiu seu primeiro emprego com a AP na Venezuela, mas a curva de aprendizado que se seguiu provou ser um grande desafio. Apesar de ter estudado espanhol na faculdade, ela não era fluente. Mazoch passou de trabalhar em um pequeno jornal na fronteira para ser responsável pela cobertura de um país totalmente desconhecido.
"Levei algum tempo para me orientar. Isso naturalmente faz parte de explorar novos lugares, mas eu não era um turista e precisava me adaptar rapidamente", disse Mazoch. "Felizmente, quando se trabalha para uma agência de notícias, você se junta a uma equipe de jornalistas experientes para aprender."
Mazoch também se ajustou a um ciclo de notícias de 24 horas. Ela nunca esperou para ser pautada. Em vez disso, a fotojornalista sintonizava constantemente a canais de notícias na TV e no rádio, e se certificava de que ela estava sempre disponível em todos os momentos para notícias urgentes.
"Não existe folga ou horários de trabalho definidos, como em um jornal norte-americano", disse Mazoch. "Por exemplo, uma noite, quando estou me preparando para dormir, um canal de notícias da TV anunciou que um carro-bomba tinha acabado de matar um homem, provavelmente um promotor público conhecido. Peguei meu equipamento e peguei um táxi para a cena do crime”.
Em 2007, Mazoch decidiu deixar seu emprego dos sonhos para assumir uma nova posição, como editora de fotos no escritório de fotografia da AP da América Latina e Caribe, na Cidade do México. Inicialmente, ela se juntou a um pequeno time de editores, e hoje ela passou a supervisionar a edição de fotografia. Mazoch passou de lidar com um país estrangeiro para lidar com dezenas. Na transição de ser uma fotojornalista para ser um editora de fotos, Mazoch descobriu as escaramuzas: equipes de equitação feminina no México, que montam cavalos de lado, enquanto usam vestidos.
"Sou atraída para assuntos que me surpreendam e assuntos com os quais eu possa aprender. São projetos que me permitem trabalhar neles a longo prazo ", disse Mazoch. "Por exemplo, com o projeto escaramuza, fui atraída pelo estilo de montar do velho mundo".
O projeto escaramuza apresentou a Mazoch uma oportunidade que ela nunca havia experimentado como fotojornalista: tempo ilimitado. Ao contrário das pautas que cobria na Venezuela, Mazoch não tinha deadline, ninguém para submeter as fotos e nenhuma crítica imediata a seu trabalho.
Em um blog sobre o projeto, Mazoch escreveu: "Minhas experiências como fotógrafa se tornaram privadas. Eu me virei para dentro, tanto fotográfica quanto psicologicamente."
Mazoch levou cerca de cinco anos para completar o projeto de fotos sobre as escaramuzas mexicanas, que incluiu um slideshow de áudio, além das imagens. O projeto ganhou dois prêmios da National Press Photography Association, o primeiro da carreira da fotojornalista.
Mazoch incorporou o uso da narrativa audiovisual em vários de seus projetos.
"As vozes das pessoas e o som ambiente trazem vida às imagens, e aproxima o leitor do assunto", disse Mazoch. "Em vez de eu narrar ou escrever uma história, o assunto conta a história através de sua própria voz."
Recentemente, Mazoch começou a mudar seu foco para histórias sobre nutrição, saúde e meio ambiente. Seu último projeto se concentra em duas árvores nativas do México que são alternativas saudáveis ao café.
"Passo a maior parte do meu tempo fora da AP lendo sobre estas questões, ficando mental e fisicamente saudável e trabalhando em um jardim urbano da comunidade para aprender a cultivar legumes orgânicos", disse Mazoch.
A experiência de Mazoch como fotojornalista e editora de fotos é uma carreira de paixão. Depois de se apaixonar pela fotografia quando adolescente, trabalhar para o jornal de sua faculdade e, eventualmente, seguir seu emprego dos sonhos na América Latina como fotógrafa e, em seguida, editora de fotos, Mazoch nunca parou de contar histórias com suas imagens.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.