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Jornalista mexicano é brutalmente agredido na principal praça de uma cidade em Michoacán

O jornalista mexicano Jorge Martínez Castañeda foi hospitalizado depois de ter sido brutalmente agredido enquanto caminhava com seu neto na praça principal de Tacámbaro, no estado de Michoacán, no dia 6 de janeiro.

O filho de um influente dono de um posto de gasolina da cidade foi acusado de ter sido responsável pela agressão, de acordo com o SDPNoticias. O site informou que o homem "não ficou satisfeito com publicações sobre ele". Contudo, a revista Proceso afirmou que as motivações para o ataque eram desconhecidas.

O homem foi preso, mas logo liberado, “aparentemente graças à influência de seu pai” , segundo o jornal Provincia.

A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) do estado de Michoacán foi ao Twitter para assegurar aos cidadãos que não haveria impunidade no caso do jornalista que foi atacado em Tacámbaro.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) condenou a agressão e disse que estava trabalhando com a Comissão Estadual de Direitos Humanos (CEDH) de Michoacán no caso.

Víctor Manuel Serrato, presidente da CEDH de Michoacán, afirmou que a agência estava ajudando com as investigações e trabalhando junto à Comissão Nacional "para avaliar a possibilidade de providenciar medidas provisórias ou mecanismos de proteção", relatou a revista Proceso.

"Não é mais um ataque a jornalistas que ficará impune. Vamos garantir que mais casos não fiquem impunes", disse Manuel Serrato, de acordo com Proceso.

A violência contra jornalistas no México alcançou níveis históricos nos últimos anos. Sete jornalistas foram assassinados no México em 2015, fazendo dele o ano mais mortal para a imprensa do país desde que o Presidente Enrique Peña Nieto tomou posse em 2012, de acordo com a organização Artigo 19.

O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) classificou o país como o 8º mais mortífero para jornalistas em 2015. O país também foi listado em 8º no Índice de Impunidade Global de 2015 da mesma organização, pelo alto grau de impunidade em casos de assassinatos de jornalistas.

A violência e a impunidade, somadas ao enfraquecimento da proteção oferecida aos jornalistas, estiveram sob crescente avaliação no ano passado, em grande parte graças ao assassinato do fotógrafo de destaque da revista Proceso, Rubén Espinosa Becerril,  em 31 de julho de 2015. Ele e quatro mulheres foram brutalmente mortos em um apartamento na Cidade do México, onde ele morava depois que ter fugido do estado de Veracruz temendo por sua vida. Ele não buscou a proteção do Mecanismo para a Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas do país, que tem sido fortemente questionado por jornalistas e defensores internacionais pela sua ineficácia.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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