Três supostos membros da organização criminosa mexicana "Los Zetas", um dos cartéis de drogas mais violentos do país, foram presos com faixas que continham ameaças à imprensa na cidade de Quetzaltenango, região Oeste da Guatemala. Segundo a mensagem, os veículos deveriam deixar de publicar matérias contrárias ao grupo, para não se tornarem alvos dos criminosos, informou o Observador Global.
Nas faixas, o grupo reivindicava a autoria da morte de 27 agricultores em 15 de maio de 2011. "A guerra não é contra a população nem o governo, muito menos contra a imprensa", dizia a mensagem, esclarecendo que o conflito é contra o Cartel do Golfo, também do México. Os três presos são da Guatemala.
"Imprensa, baixe o tom... antes que a guerra seja contra você. Quem avisa não é traidor", acrescentava a mensagem, segundo o Siglo21.
Segundo o El Periódico e a IFEX, a faixas semelhantes foram encontradas nos estados de Baja Verapaz, Huehuetenango e Petén.
É a segunda vez que o Los Zetas ameaça a imprensa da Guatemala. Em dezembro de 2010, locutores de rádio em Alta Verapaz, no Norte do país, foram obrigados a ler uma mensagem do grupo, que ameaçou a família dos profissionais, lembrou a agência Cerigua.
O grupo Los Zetas tem feito ameaças semelhantes à imprensa do México, país mais perigoso das Américas para o exercício do jornalismo.
Em abril, a agência Cerigua divulgou um relatório no qual denunciava o aumento da censura na Guatemala, nas zonas mais afetadas pela violência do narcotráfico.
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Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.