Por Maira Magro
Desde a semana passada, partiram do Brasil diversas manifestações de apoio ao site de vazamento de informações WikiLeaks e seu fundador, Julian Assange. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) divulgou um comunicado defendendo a divulgação dos cerca de 250 mil documentos oficiais do governo dos EUA, argumentando que as informações são de interesse público: “Cidadãos têm o direito de conhecer a atuação de seus governos nas relações internacionais.”
A ABRAJI também pede que Assange, preso no Reino Unido por acusações de abuso sexual na Suécia, tenha um julgamento justo e não seja punido pela divulgação dos telegramas.
O apoio ao hacker australiano também partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a defendê-lo nesta segunda-feira, como relata O Globo: “Vamos fazer um protesto contra aqueles que censuraram o WikiLeaks. Uma manifestação porque a liberdade de imprensa não tem meia cara. É total e absoluta”, disse Lula, que já havia manifestado solidariedade ao site na semana passada.
No sábado, informa a Folha, apoiadores do WikiLeaks planejaram uma onda de manifestações em várias cidades do mundo. Em São Paulo, foi feito um ato pela liberdade de Assange em frente ao Consulado Britânico – segundo a Folha, cerca de 30 pessoas participaram da manifestação. O apoio ao fundador do WikiLeaks também foi feito em forma de intervenções urbanas pelas ruas da capital paulista.
Enquanto isso, um abaixo-assinado organizado pela Avaaz reunia, até a tarde de segunda-feira, mais de 600 mil firmas em defesa de Assange. A ONG Article 19 publicou um comunicado criticando as pressões políticas dos governos sobre empresas de internet para que interrompessem os serviços prestados ao WikiLeaks.
No Brasil, a repórter Natalia Viana publicou, no dia 7 de dezembro, uma entrevista exclusiva com Assange no site Opera Mundi, e lançou um blog sobre o WikiLeaks no site da revista Carta Capital. Já surgiram no país diversos sites-espelho do WikiLeaks, junto a milhares em todo o mundo, depois que o site foi atacado para evitar a publicação de mais documentos. Veja exemplos aqui, aqui, aqui e aqui.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.