Por Ingrid Bachmann
Durante sua 66a. Assembleia Geral, em Mérida, no México, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) advertiu que a liberdade de expressão no continente tem sido ameaçada pela violência e pela repressão política, informou a agência de notícias The Canadian Press.
“No México, não é possível praticar um jornalismo livre, responsável e confiável. Os jornalistas vivem sob tensão e com medo do narcotráfico”, disse a jornalista mexicana María Idalia Gómez durante o encontro. A imprensa também está sob ataque em Honduras, onde a impunidade e a falta de segurança pública geram violência contra os repórteres, acrescentou o jornal El Heraldo.
De acordo com o jornal Diario de Yucatán, os participantes da assembleia fizeram um minuto de silêncio em homenagem a pelo menos 13 jornalistas assassinados no último semestre na América Latina.
Para o presidente da Comissão contra a Impunidade da SIP, Juan Francisco Ealy Ortiz, todos os estados mexicanos deveriam endurecer as penas para
assassinos de jornalistas, noticiou o El Universal.
Além da violência, a SIP demonstrou preocupação com as tentativas de controle da mídia por parte de alguns governos latino-americanos, por meio de medidas que afetam a liberdade de expressão. Como exemplos, foram citados os casos da Venezuela, da Bolívia, do Equador e da Argentina, explicou o El Informador.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, participou como orador do evento e aconselhou os jornalistas a não “cair na armadilha" dos traficantes de drogas ao responsabilizar os governos pelas ações do crime organizado. Segundo a agência ANSA, ele também pediu aos profissionais de imprensa que não enfatizem demais as notícias relacionadas à violência, argumentando que assim se “corre o risco de a sociedade parar de apoiar a luta contra o crime organizado".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.