*Esta nota foi atualizada para incluir que Six voltou à Alemanha.
Autoridades venezuelanas liberaram o jornalista alemão Billy Six em 15 de março após quatro meses de detenção.
Six deve se apresentar perante o tribunal a cada 15 dias e não pode falar sobre o caso à mídia, segundo a organização de liberdade de expressão Espacio Público.
No entanto, Six deixou a Venezuela e está de volta à Alemanha, de acordo com a Deutsche Welle (DW). Após ser libertado, o jornalista foi autorizado a sair do país, mas não foi deportado, reportou a Associated Press (AP).
Em Berlim, Six e seu pai criticaram o governo alemão pela maneira em que tratou o caso, acrescentou a AP. Porém Edward Six, pai do jornalista, agradeceu o Ministério de Relações Exteriores da Rússia por ajudar na libertação de seu filho, de acordo com a agência de notícias.
Detido desde 17 de novembro de 2018, Six estava sendo mantido na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) na prisão Helicoide.
Ele é acusado de espionagem, violação de zonas de segurança e rebelião, de acordo com uma denúncia feita pela Espacio Público ao Ministério Público da Área Metropolitana de Caracas. A organização disse que Six é acusado de tirar fotos de desfiles militares, mas que estes eram acessíveis ao público. Ele também é acusado de reunir-se com membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para suas reportagens, segundo a organização. Finalmente, ele é acusado de tirar uma foto do presidente Nicolás Maduro, mas a organização afirmou que ele estava atrás de uma cerca de segurança em uma área pública.
Espacio Público escreveu que, em uma carta de 3 de fevereiro de 2019, Six reclamou da ausência de luz solar, invasão de privacidade, entre outras condições adversas na detenção. Ele também pediu para se encontrar com seu advogado e ligar para sua família.
No dia 15 de março, antes da libertação do jornalista, a Deutsche Welle em espanhol tuitou que Six havia começado uma greve de fome. O jornalista já havia feito outras greves de fome relacionadas à sua detenção.
Six estava reportando sobre a crise na Venezuela. Segundo a DW, seu trabalho foi publicado em publicações de direita, como Junge Freiheit e Deutschland-Magazin.
Ele era um dos dois jornalistas atualmente detidos na Venezuela por períodos prolongados de tempo.
O jornalista Jesús Medina está na prisão militar de Ramo Verde, acusado de lavagem de dinheiro, associação criminosa, incitação ao ódio e obtenção de lucro ilegal contra atos da administração pública, segundo El Nacional. Ele foi detido enquanto estava com repórteres peruanos, a quem estava ajudando em uma reportagem investigativa. Ele anteriormente foi detido durante uma viagem de reportagem ao Centro Penitenciário de Aragua. Um mês depois, ele desapareceu por dois dias. Ele disse na época que havia sido torturado e ameaçado de morte.
Outros jornalistas foram detidos por períodos mais curtos.
Mais recentemente, o jornalista Luis Carlos Díaz foi libertado em 12 de março após várias horas de detenção e, mais tarde, acusado de incitação pública. Além de não poder deixar a Venezuela, ele deve se apresentar perante os tribunais a cada oito dias.
O jornalista Mario Peláez foi libertado em 3 de março, quatro dias depois de ser detido na fronteira Colômbia-Venezuela, e acusado de instigar a ordem pública.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) da Venezuela disse que houve 40 detenções arbitrárias de jornalistas até agora no país em 2019.