O repórter policial José Guadalupe Chan Dzib foi baleado e morto em um bar no Estado de Quintana Roo, pouco antes das eleições gerais no México.
Chan, correspondente do semanário Playa Notícias Aquí y Ahora e El Tábano, foi morto no município maia Felipe Carrillo Puerto em 29 de junho.
Chan disse recentemente que recebeu ameaças por telefone, de acordo com o que o diretor do Playa News disse à AFP. O diretor acrescentou que o assassinato pode estar ligado ao trabalho do repórter policial.
A última coisa que o jornalista cobriu foi o assassinato de um simpatizante do Partido Revolucionário Institucional (PRI), disse a AFP.
Além disso, Balbina Flores, representante do México da Repórteres Sem Fronteiras (RSF, na sigla em francês), disse que o jornalista tentou buscar proteção depois de receber ameaças, segundo a AFP.
Playa News Aquí y Ahora protestou contra o assassinato de Chan através de sua página no Facebook e exigiu uma investigação do assassinato. Os colegas também protestaram em frente ao edifício municipal na manhã de 30 de junho, pedindo justiça para Chan e proteção para eles.
A Procuradoria Geral do Estado de Quintana Roo informou que o Ministério Público abriu uma investigação por homicídio agravado de um jornalista que reconheceu com as iniciais J.G.C.D.
A violência antes das eleições federais, regionais e locais em 1º de julho atingiu níveis sem precedentes. O instituto de consultoria Etellekt relata que 130 políticos e candidatos foram mortos no país desde setembro do ano passado.
Luis Gordillo, diretor de La Bandera Noticias, foi interceptado a caminho de casa e atingido por disparos em Guanajuato em 25 de junho, mas sobreviveu, de acordo com organização por liberdade de expressão Artigo 19 do México. "Estou preocupado porque essas pessoas me disseram que voltariam para acabar comigo", disse Gordillo, de acordo com o Artigo 19, que relatou que houve uma falha mecânica com a arma usada.
A Artigo 19 do México informou que registrou 83 agressões contra jornalistas desde que ativou sua rede #RompeElMiedo antes das eleições. A rede e plataforma visa garantir o livre fluxo de informações durante as eleições, bem como a proteção dos jornalistas. Além de denunciar tentativas de restringir a liberdade de expressão, a rede oferece dicas para jornalistas que cobrem as eleições.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) emitiu diretrizes de segurança para os trabalhadores da imprensa que cobrem as eleições no país e também tem um email para os jornalistas que estão feridos ou precisam de assistência: report_violation@cpj.org.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) disse que pediu aos governos de todos os Estados mexicanos que garantam condições para os jornalistas realizarem seu trabalho com segurança. Acrescentou que "enviou pedidos de medidas cautelares aos Secretários de Governo das 32 entidades federativas".