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12 latino-americanos aparecem na lista dos 100 jornalistas mais influentes na cobertura da violência armada

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  • 17 outubro, 2013

Por Larisa Manescu

Jineth Bedova Lima, Carlos Dada, Marcela Turati e Anabel Hernández são alguns dos jornalistas da América Latina que foram mencionados em uma lista, recentemente publicada pela Action on Armed Violence (AOAV), que compila 100 dos jornalistas mais influentes cobrindo conflitos armados em regiões ao redor do mundo. AOAV é um grupo de caridade localizado no Reino Unido que foca na redução da violência armada por meio de programas dentro do país, pressões ao governo e investigações.

Em seu site, a AOAV menciona não seguir nenhuma metodologia específica para escolher os jornalistas, e acrescenta que ainda que a lista não seja abrangente, ela inclui tanto veteranos experientes como novos jornalistas que têm demonstrado forte potencial. Em uma observação semelhante, a AOAV disse que as categorias de jornalistas incluíam escritores, correspondentes de TV e rádio e documentaristas, mas não fotógrafos ou cinegrafistas.

A lista inclui 12 jornalistas que têm contribuído extensivamente para reportagens sobre violência armada na América Latina. Conheça alguns deles:

Jineth Bedoya Lima (@jbedoyalima)

Jornalista colombiana e editora do El Tiempo, Bedoya cobre tráfico de drogas, corrupção, crime organizado, violência contra mulheres, esta última alimentada por experiência pessoal. Enquanto investigava a morte de vários prisioneiros na prisão Modelo em Bogotá em 2000, Bedoya foi sequestrada, torturada e abusada sexualmente. Ela tem falado abertamente sobre a experiência e as lutas legais posteriores nas quais ela tem estado envolvida para abordar a questão maior de impunidade da violência sexual na Colômbia. Em 2012, a Procuradoria Geral colombiana declarou o seu abuso sexual um crime contra a humanidade.

Marcela Turati (@marcelaturati)

Turati tem uma abordagem humanista em suas reportagens, trabalhando de perto com vítimas da violência dentro do contexto de tráfico de drogas no México, e conta as histórias deles para que suas opiniões sejam igualmente representadas na política e na mídia. Em 2007, ela fundou a organização de jornalismo "Periodistas de a Pie" com o objetivo de criar uma rede de jornalistas que cobrem temas de alto risco, como pobreza, participação cívica e direitos humanos. Em 2013, a universidade de Harvard a premiou com o Prêmio Louis M. Lyons por Consciência e Integridade no Jornalismo.

Carlos Dada (@CarlosDada)

Um pioneiro do jornalismo investigative em El Salvador, Dada criou o website de notícias El Faro em 1998 para produzir jornalismo independente de alta qualidade sobre o tráfico de drogas, corrupção e crime organizado. Em 2011, ele recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot, o prêmio mais antigo do jornalismo internacional, por sua cobertura no Caribe e na América do Sul.

Mónica González Mujica

Mujica investigou violações dos direitos humanos durante os 17 anos do regime Pinochet no Chile, durante o qual ela esteve exilada nos quatro primeiros anos. No entanto, ela retornou ao país e continuo suas reportagens – as quais também escavaram as operações financeiras do ditador – apesar de múltiplas ameaças. Em 2010, ela foi premiada com o Prêmio 2010 UNESCO/Guillermo Cano Liberdade de Imprensa Mundial pelo seu trabalho. Hoje ela é diretora do Centro de Jornalismo Investigativo (CIPER) na capital, Santiago.

Anabel Hernández

Uma jornalista Mexicana e autora, Hernández investiga corrupção, cartéis de droga e trabalho escravo na nação. Em 2012, ela recebeu o Prêmio Caneta de Ouro de Liberdade, o qual é dado anualmente pela Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias a indivíduos e organizações que lutam contra governos repressivos. Seu último livro “Narcolândia: Os Barões Mexicanos das Drogas e Seus Padrinhos” examina de forma abrangente a guerra do tráfico no México, culpando não só os cartéis de droga, mas também as várias facetas do governo corrupto que permite isso. O livro, lançado em setembro, tem atraído tanto destaque internacional e despertado tanta controvérsia dentro da nação que a Comissão Nacional de Direitos Humanos ofereceu a Hernández dois guarda-costas em tempo integral.

Juanita León (@jleonlasilla)

León é uma jornalista colombiana, autora e professora que fundou o La Silla Vacia em 2009, um site de notícias investigativo que informa sobre a política colombiana. Ela estava entre os primeiros jornalistas a expor a conexão entre os políticos colombianos e grupos paramilitares, e publicou uma série de artigos em 2004 chamada "No somos machos pero somos muchos" (“Não somos poderosos mas somos muitos”) sobre a luta e resistência dos povos indígenas contra grupos guerrilheiros. A universidade de Harvard tornou-a uma bolsista Nieman em 2007.

Outros jornalistas na lista são Karen Marón (@KarenMaron), Lourdes Garcia-Navarro (@lourdesgnavarro), Teresa Bo (@TeresaBo), Natalia Springer (@nataliaspringer) and Mariana Sánchez.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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