Por Alejandro Martínez
Com 174 agressões documentadas contra meios, jornalistas e cidadãos, 2013 foi um dos anos mais violentos contra a liberdade de expressão no Equador, segundo um recente relatório da organização Fundamedios.
O documento “O silêncio asfixiante” – publicado nesta segunda-feira, 6 de janeiro, Dia do Jornalista no Equador – indica que o ano paasado superou o número de agressões de 2012 (172), tornando-se o ano mais violento desde que Fundamedios começou a registrar os casos, em 2008.
Segundo o relatório, 2013 foi marcado pelas novas limitações legais impostas pela controversa Lei Orgânica de Comunicação, o aumento da censura e as hostilidades contra a imprensa por parte de funcionários governamentais.
“2013 poderia ser resumido em três palavras: temor, censura e polarização”, diz o documento.
Os principais agressores foram os funcionários públicos com 82 ataques (47% dos incidentes), seguidos por 53 ataques do Estado (32%) com medidas administrativas ou legais. O tipo de agressão mais comum foi o discurso estigmatizante (29 casos, ou 16% das agressões) por parte de funcionários.
"Neste caso, é habitual que seja o Presidente o agressor de jornalistas e cidadãos quando se sente ofendido pela opinião deles", observa o relatório.
Em particular o uso de cadeias nacionais transmitidas obrigatoriamente por rádio e TV aumentou 400%, com 817 apresentações governamentais difundidas durante o ano.
“Com este incremento quase exponencial do uso deste serviço, gratuito para o Governo, fica evidente que o Equador se tornou o Estado da ‘propaganda governamental’”, acrescentou.
E com 13 incidentes registrados, os casos de censura aumentaram quase o dobro em comparação com o ano passado.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.