Por Samantha Badgen
Só 19% dos casos registrados de homicídios e desaparecimentos de jornalistas ou trabalhadores de imprensa chegaram a ser avaliados pela justiça, e apenas 10% terminaram em sentenças com condenação, deixando o índice de impunidade no México em 89%, disse a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) em um comunicado no dia 20 de abril.
De 2000 até hoje, a CNDH teve conhecimento da morte de 88 jornalistas ou trabalhadores de imprensa, assassinados supostamente por seu trabalho, de 2005 em diante foram documentados 20 casos de desaparecimento de profissionais, e 41 atentados a instalações de entidades midiáticas desde 2006.
Por meio de seu Programa de Agravos a Jornalistas e Defensores Civis de Direitos Humanos, a CNDH recebeu 347 queixas relacionadas à violação de direitos humanos cometidas contra comunicadores nos últimos anos. O estado com maior número de casos é Chihuahua, com 16, seguido por Veracruz com 14; Tamaulipas com 13 e Guerrero com 11.
A CNDH também destacou que as autoridades encarregadas da segurança pública não conseguiram impedir as agressões ou desenvolver políticas públicas para prevenir os delitos, o que para a organização constitui “um incentivo à impunidade”.
Em uma recomendação anterior, a CNDH havia pedido a vários setores governamentais e procuradores de justiça que garantissem as condições de segurança e prevenção suficientes para que os jornalistas pudessem desempenhar sua profissão sem ser ameaçados por circunstância alguma, especialmente os que cobrem zonas e situações de alto risco.
Nos últimos dois anos, México manteve seu sétimo lugar a nível mundial em impunidade por assassinatos de jornalistas, segundo o índice do Centro para a Proteção de Jornalistas (CPJ).
México ocupou a 152ª posição de 180 países no Índice de Liberdade de Imprensa que Repórteres sem Fronteiras publica cada ano.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.