Por Liliana Honorato
Durante o Fórum Social Paraguai Resiste, realizado na Praça das Armas, em frente ao Congresso Nacional, em Assunção, nos dias 14 e 15 de agosto, jornalistas e veículos de imprensa paraguaios denunciaram uma investida contra meios públicos e alternativos desde o chamado "golpe" do governo de Federico Franco, que destituiu o presidente Fernando Lugo em 22 de junho, informou o El Diario de Carlos Paz.
Após a polêmica destituição do presidente Lugo, vários associações jornalísticas tem denunciado ataques às liberdade de imprensa e de expressão no país. Em julho, a União Latino-americana de Agências de Notícias (ULAN) suspendeu a afiliação da agência estatal de Informações do Paraguai (IP Paraguai), “até que um novo governo legítimo surja".
Segundo a teleSUR TV, vários profissionais de imprensa da Televisão Pública serão despedidos “com o falso argumento de que o orçamento para pagamento de salários se esgotou”. No dia 26 de julho, o Sindicato de Jornalistas do Paraguai (SPP) denunciou a demissão de profissionais de imprensa por motivos ideológicos e exigiu respeito à liberdade de expressão.
Representantes de emissoras alternativas de diversas regiões do Paraguai também denunciaram terem sido proibidas de divulgar informações que condenassem o golpe, acrescentou o Télam.
A Repórteres Sem Fronteiras alertou ainda que as rádios comunitárias paraguaias poderiam ser alvo de repressão. Recentemente, essas emissoras foram acusadas por Javier Correa, presidente da União de Radiodifusores do Paraguai (URP) – “uma das primeiras associações a se juntar ao governo” de Franco – de “incitar o crime”.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.