Por Samantha Badgen
Após 17 anos do assassinato do fotojornalista argentino José Luis Cabezas, o Fórum de Jornalismo Argentino (FOPEA) pede que os responsáveis pelo crime voltem à prisão.
Em 25 de janeiro de 1997, Cabezas foi morto enquanto cobria a temporada de férias de verão em Pinamar, Buenos Aires. De acordo com o site de notícias argentino Infobae, Alfredo Yabrán, que as autoridades haviam identificado como um chefe do crime na época, orquestrou o crime. Cabezas tinha conseguido uma foto de Yabrán, famoso por evitar as câmeras.
Yabrán foi acusado de envolvimento depois de dois de seus associados - Gregorio Ríos, seu chefe de segurança, e Gustavo Prellezo, um policial de Buenos Aires - terem sido presos.
Cabezas foi sequestrado em sua casa em Pinamar, agredido e levado até um descampado da localidade de General Madariaga. Segundo a irmã do jornalista Gladys Cabezas, ele foi algemado e morto, seu corpo foi incendiado dentro de seu carro. Ele foi encontrado no dia seguinte e identificado por seu parceiro e atual vice-presidente do FOPEA, Gabriel Michi.
“Hoje, 17 anos depois desse fato aberrante, a maioria de seus assassinos está em liberdade, com a única exceção de dois ex-policiais (Aníbal Luna e Sergio Cammaratta) que tiveram esse benefício revogado há pouco mais de um ano, e hoje cumprem pena de prisão perpétua na Unidade Penal 6 de Dolores,” publicou FOPEA.
Todos os membros do grupo responsável pelo crime, conhecido como “la banda de los Hornos”, foram sentenciados à prisão perpétua, sentenças que foram aliviadas em anos recentes.
O crime de Cabezas marca um dos piores atentados à liberdade de imprensa na Argentina desde a volta à democracia em 1983. Desde 1998, cada 25 de janeiro a Associação de Repórteres Gráficos da República Argentina (ARGRA) encabeça manifestações reclamando justiça para o jornalista que só fazia seu trabalho, publicou Infobae.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.