A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a Anistia Internacional (AI), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e até o governo da França, além de outras organizações, condenaram o assassinato da jornalista mexicana María Elizabeth Macías e pediram às autoridades mexicanas que tomem medidas urgentes para deter a violência contra os jornalistas.
Macías trabalhava para o jornal Primera Hora e também denunciaria ações do crime organizado por meio das redes sociais. O corpo decapitado da jornalista foi encontrado no sábado 24 de setembro em Nuevo Laredo, mesma cidade onde, em 13 de setembro, foram localizados dois cadáveres ainda não identificados, junto com uma ameaça a sites de internet que abordam a violência.
“Os três homicídios parecem representar uma alarmante estratégia para intimidar os usuários das redes sociais, para que eles deixem de divulgar informações relacionadas à violência”, disse a AI em comunicado.
"O número de 80 jornalistas assassinados em uma década foi superado em 2011, com crimes cada vez mais abomináveis. Não se vislumbram saídas para o terror, enquanto o país afunda em uma guerra, na qual apenas escrever as palavras ‘tráfico’ ou ‘traficantes’ pode custar a vida", afirmou a Repórteres Sem Fronteiras.
Já que a imprensa local passou a se autocensurar e muitas vezes não divulga informações sobre o crime organizado, os bandidos parecem ter se voltado contra os usuários de redes sociais. “Que (os criminosos) tenham conseguido encontra alguém que fazia denúncias (anônimas) em um site, isso nos preocupa, porque a neutralidade das redes sociais se baseava no anonimato”, ressaltou Darío Ramírez, diretor de da organização Artigo 19 no México, em entrevista à Radio 13.
Por isso, a Anistia Internacional exigiu das autoridades mexicanas que garantam “que os meios de comunicação tradicionais e os usuários das redes sociais possam exercer seu direito à liberdade de expressão sem medo de serem assassinados".