No último dia 23 de fevereiro o repórter gráfico do jornal El Comercio, Luis Choy, foi assassinado na porta de sua casa por dois desconhecidos que dispararam três tiros, informou o portal Perú 21. O acontecimento colocou em debate público diferentes aspectos do país, como a segurança dos cidadãos, segurança para jornalistas e também o tipo de cobertura dado aos acontecimentos violentos.
As primeiras versões do caso vincularam o ataque do jornalista a uma tentativa de assalto de seu carro e outros pertences, acrescentou o portal. Por causa da onda de crimes vivida pelo país nos últimos dias – que incluem o assassinato de um empresário, bem como o de um oficial de polícia ao tentar impedir um roubo –, o acontecimento gerou ainda mais repúdio na comunidade, que pediu ao governo maior controle, noticiaram veículos como o Perú 21, La Prensa e editoriais.
O caso, no entanto, ainda não está claro após a Polícia Nacional ter descartado a hipótese do roubo ao constatar que nenhum dos pertences do jornalista havia sido furtado, bem como a possibilidade de que Choy havia conversado antes com seu assassino, informou o jornal El Popular.
Em um protesto, com cartazes que diziam “Nossos disparos nã matam: Luis Choy, justiça”, repórteres gráficos e amigos exigiram das autoridades justiça e segurança, publicou o portal La Prensa. “Como associação, exigimos às autoridades que façam algo a respeito, que ajam e encontrem os responsáveis o quanto antes", comentou um integrante da Associação de Fotojornalistas do Peru, publicou o jornal El Comercio.
O jornalismo também recebeu críticas em relação à cobertura de acontecimentos violentos. O coletivo de repórteres gráficos NN Fotógrafos criticou a vertente do jornalismo que “converteu a desgraça em uma crônica diária do horror”, informou o portal Perú 21. Para o grupo, os meios de comunicação fazem uma exposição da desgraça, mas com pouca crítica ao governo sobre o tema. "Como todos os dias se mostra o sangue dos desafortunados, todos os dias o jornalismo deve lembrar o público e ao governo do presidente Ollanta Humala que vivemos em um país inseguro”, acrescentou o grupo, segundo o portal.
De sua parte, em seu pronunciamento sobre o assunto, o presidente disse ter exigido resultados da polícia que permitam esclarecer o assassinato do jornalista, informou o portal Trome. Por isso, a polícia anunciou que uma equipe especializada ficará responsável por investigar as razões do assassinato do jornalista, informou o jornal El Comercio.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.