Por Maira Magro
A deterioração da liberdade de imprensa na Venezuela foi o principal tema da audiência sobre liberdade de imprensa nas Américas organizada na quarta-feira, 16 de junho, pelo Comitê de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados dos EUA. “A Venezuela está avançando rapidamente para limites intoleráveis, mas creio que ainda é possível reverter a situação”, afirmou Catalina Botero, relatora especial para a liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), em citação da AFP.
Para Catalina, a situação pode piorar antes das eleições legislativas de setembro na Venezuela, continua o Clarín. Deputados americanos manifestaram preocupação com a ordem de prisão emitida na sexta-feira passada contra Guillermo Zuloaga, proprietário da Globovisión, emissora de TV crítica ao governo Hugo Chávez. O embaixador da Venezuela em Washington, Bernardo Alvarez, qualificou a audiência como um “triste teatro” e uma “prática imperial intervencionista” que pretende “examinar países soberanos”, relatou a EFE.
Os participantes da audiência manifestaram preocupação ainda com recentes assassinatos de jornalistas em Honduras, e com a situação da liberdade de imprensa em Cuba, México e Colômbia.
O Brasil foi criticado por casos de “censura governamental” e “juízes que pensam que podem proibir” reportagens, informou O Estado de S. Paulo. O jornal, mencionado na audiência, está proibido há mais de 320 dias de publicar matérias sobre investigações da polícia federal envolvendo o empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP). “Há censura governamental no Brasil contra o jornal O Estado”, afirmou Alejandro Aguirre, presidente da Associação Interamericana de Imprensa, citado pelo Estadão.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.